quinta-feira, 5 de abril de 2012

A Importância de tratar os filhos com empatia

Por Jan Hunt, Psicóloga Diretora do "The Natural Child Project"

          A psicoterapeuta e escritora suíça Alice Miller diz, sem rodeios: "Qualquer pessoa que maltrata os filhos foi ela mesma gravemente traumatizada na infância... não há outro motivo para os maus-tratos às crianças senão a repressão da lembrança dos maus-tratos e da confusão sofridos pelo próprio agressor". Então, como uma criança maltratada pode superar as experiências dolorosas e conseguir dar a seus filhos mais amor do que ela mesma recebeu? Será que essas crianças, ao se tornarem adultas, estão fadadas a reproduzir um ciclo interminável de raiva, agressão e retaliação? Ou existem meios de se interromper esse ciclo e aprender maneiras empáticas e sensíveis de tratar os filhos?
          Embora os pais que ferem tenham sido eles mesmos feridos na infância, a perpetuação desse modelo não é inevitável: algumas crianças maltratadas crescem determinadas a dar a seus próprios filhos a infância que não tiveram. Meu pai, que algumas vezes apanhava ou era menosprezado por seu pai, traduzia esse desejo em "dar a meus filhos uma vida melhor do que eu tive". Mas essa afirmação é de uma simplicidade enganosa. Na verdade ela compreende dois passos difíceis: primeiro a pessoa precisa reconhecer que realmente foi maltratada na infância. Esse é o passo mais difícil, pois as experiências de maus-tratos na infância são tão dolorosas que as esquecemos; elas podem ser inacessíveis até mesmo quando já nos sentimos preparados para nos confrontar com nossas limitações emocionais. Como Alice Miller explica, "muita gente guarda apenas uma vaga lembrança dos tormentos sofridos na infância, pois aprendeu a considerá-los como um castigo justo por sua própria 'maldade', e também porque a criança precisa reprimir os fatos dolorosos para sobreviver" . Mas não é inevitável que a criança maltratada se tornem ela mesma agressora, "se, durante a infância, ela tiver a oportunidade - uma única que seja - de encontrar alguém que lhe ofereça algo diferente de pedagogia e crueldade: professor(a), tio(a), vizinha(o), irmã ou irmão. A experiência de ser amada e tratada com carinho permite à criança reconhecer a crueldade como tal, estar consciente dela e combatê-la".
           Mas a consciência não é suficiente para interromper o ciclo dos maus-tratos. O segundo passo nessa direção é o adulto aprender a se relacionar com os filhos de um modo diferente, que talvez ele raramente ou nunca tenha presenciado em sua própria infância. Como esses pais podem aprender a tratar um filho com dignidade e respeito?
          O Dr. Elliot Barker, Diretor da Sociedade Canadense para a Prevenção da Crueldade contra as Crianças, recomenda quatro medidas fundamentais para os futuros pais e mães criarem filhos emocionalmente saudáveis, "independentemente de quão inadequada tenha sido a sua própria criação" (2).
  1. Um bom nascimento. Como explica Elliot Barker, "se o pai e a mãe estiverem presentes ao nascimento e essa experiência for boa, é mais provável que os pais se apaixonem por seu bebê... o trabalho duro de cuidar do filho vai parecer bem mais leve; eles estarão encantados com a maravilha que é o seu bebê".
  2. Amamentar no peito por um período prolongado. "Amamentar o bebê enquanto ele precisar disso é outra coisa que a mãe pode fazer para permitir que outras coisas boas aconteçam... como por mágica. A amamentação a mantém apaixonada pelo filho. Amamentar durante meses ou anos contribui para que a relação entre mãe e filho sobreviva a tempos difíceis, que de outro modo poderiam causar separação e distanciamento emocional".
  3. Períodos mínimos de separação e consistência no modo de tratar a criança. De acordo com o pediatra William Sears, só os pais estão "perfeitamente sintonizados com as necessidades da criança. Afastar-se em momentos difíceis priva a criança de seu apoio mais valioso e também priva você de uma oportunidade de fortalecer sua amizade... os bebês aprendem a suportar suas necessidades insatisfeitas, mas ao custo de um rebaixamento da auto-estima e da capacidade de confiar" (3).
  4. Planejar o espaçamento entre os filhos. De acordo com Elliot Barker, "cuidar bem de uma criança de menos de três anos exige de pais bem intencionados uma quantidade enorme de tempo e energia. Planejar o espaçamento entre os filhos é importante para os pais não se exaurirem tentando cumprir a tarefa dificílima de atender às necessidades emocionais de filhos com pouca diferença de idade".
          Essas quatro medidas atingem profundamente toda a família. Não só estabelecem a capacidade de amor e confiança do filho como também ajudam os pais a curar as feridas da própria infância. Criando um forte vínculo de amor e confiança entre pais e filhos, essas medidas podem deter o ciclo de maus-tratos em uma geração. Alice Miller nos garante que "é absolutamente impossível uma pessoa criada em ambiente de honestidade, respeito e afeição vir a ter qualquer impulso de judiar de alguém mais fraco... Ela aprendeu desde muito cedo que é correto e bom proteger e ajudar seres pequenos e indefesos; esse conhecimento, gravado em sua mente e em seu corpo desde muito cedo, valerá pelo resto de sua vida". Uma criança assim cresce com a convicção profunda de que é errado ferir um outro ser humano.
          Infelizmente muitos pais recentes ignoram essas quatro medidas fundamentais. Pais agressores, que nunca receberam eles mesmos amor e confiança incondicionais, podem ter dificuldade em encontrar um modo diferente de se relacionar com os próprios filhos. O quê se pode fazer por essas famílias? Alice Miller acredita que mudanças na legislação poderiam obrigar os pais a "resolver o seu passado" se "a lei não permitisse mais que as crianças fossem usadas como bodes expiatórios". Na Escandinávia as leis protegem as crianças dos maus-tratos - não só agressão física e abuso sexual, mas também surras e intimidação. Essas leis não implicam em penalidades; elas têm como objetivo despertar a consciência das pessoas para as necessidades e direitos legítimos das crianças. Será que essa legislação pode funcionar, quando tudo o mais tiver falhado? Alice Miller acredita que "qualquer ser humano encurralado procura uma saída. E fica satisfeito e grato de coração se lhe indicarem uma saída que não implique em sentir-se culpado ou em destruir seus próprios filhos... Na maior parte dos casos, os pais não são monstros - eles são crianças desesperadas que precisam em primeiro lugar aprender a enxergar a realidade e tomar consciência de sua própria responsabilidade".
          O ciclo inexorável dos maus-tratos pode ser interrompido com o tratamento amoroso das crianças por aqueles que atendem famílias, com programas educativos que enfatizem as quatro medidas de empatia entre pais e filhos e mudanças na legislação. Felizmente a capacidade de amar e confiar, uma vez incutida na criança, passa de geração em geração tão facilmente quanto passam a desconfiança e a crueldade. Alice Miller nos garante que "não é absolutamente verdade que os seres humanos precisem continuar prejudicando compulsivamente seus filhos... As feridas cicatrizam e não precisam ser reproduzidas, desde que não sejam ignoradas. É perfeitamente possível... estar aberto para a mensagem que nossos filhos nos passam e que pode nos ajudar a nunca mais destruir a vida e sim protegê-la e permitir que ela floresça".


sábado, 3 de março de 2012

O Pré natal


Segundo a Organização Mundial da Saúde "Assistência Pré-Natal" é um conjunto de cuidados médicos, nutricionais, psicológicos e sociais, destinados a proteger o binômio feto/mãe durante a gravidez, parto e puerpério, tendo como principal finalidade a diminuição da morbi-mortalidade materna e perinatal.
O ideal seria que todo o Pré-Natal fosse iniciado tão logo o desejo pela maternidade se manifestasse. Sendo assim, o casal já se planejaria para dar início a uma gestação, gozando de plena saúde. Porém, como na grande maioria das vezes, isso não é possível, deve-se dar início ao pré-natal tão logo a gravidez seja suspeitada ou confirmada.
A gestação é um período de intensas transformações físicas e emocionais, onde cada mulher vivencia de forma distinta, diferindo também entre as várias gestações de uma mesma mulher. Essas mudanças podem gerar medos, dúvidas, angústias, fantasias, ou simplesmente curiosidade em saber o que se passa no interior de seu corpo.  É nessa hora, que se faz importante um acompanhamento multidisciplinar da gravidez oferecido nos “Cursos de Preparação Para o Parto”, pois, respostas diretas e seguras, são significativas para o bem estar do casal e do bebê.
Na primeira consulta com o obstetra, o exame é completo, inclusive com avaliação ginecológica. Todas as informações sobre o histórico de doenças da família deve ser fornecido, e a mulher pode aproveitar o momento para expor todas as suas dúvidas sobre as futuras transformações do seu corpo.
Serão pedidos exames laboratoriais, com o objetivo de se detectar algum problema materno que possa afetar a saúde do bebê e o bom andamento da gestação: Hemograma, Sorologia para sífilis rubéola, toxoplasmose e HIV, Glicemia, Grupo sanguíneo e Rh, Urina, Fezes, Papanicolau, e outros que o obstetra julgar necessário.  Esses exames serão repetidos durante o decorrer da gestação para a confirmação do estado de saúde da gestante e do bebê, ou quando o obstetra julgar necessário.
A Ultra-sonografia é importante para se avaliar a idade gestacional, e alguns problemas com o bebê ou com a mãe, tais como má-formações, síndromes genéticas, descolamento placentário, gravidez nas tubas uterinas, entre outros.
Há exames de líquido amniótico que podem ser feitos entre a 14ª e 18ª semanas de gestação para verificar riscos de anomalias do bebê como Síndrome de Down e más formações do tubo neural.
O intervalo entre as consultas deve ser de 4 semanas, onde é avaliado o estado geral da gestante, pressão arterial, crescimento uterino, batimentos cardíacos e movimentos fetais, etc. Após a trigésima sexta semana, a gestante deverá ser acompanhada de 7 a 15 dias. Frente a qualquer alteração, ou se o parto não ocorrer até 7 dias após a data provável, a gestante deverá ter consulta médica assegurada, ou ser encaminhada ao serviço de referência.

Algumas dicas para a consulta:
  • Mantenha uma pasta com todos os exames realizados em ordem cronológica, com referências de laboratórios e datas.
  • Tenha sempre à mão o seu cartão de acompanhamento pré-natal preenchido com todos os dados importantes.
  • Siga rigorosamente os conselhos médicos, quanto à alimentação, medicação e exercícios.
  • Não falte às consultas e exames marcados.
Mesmo com o acompanhamento Pré-natal adequado, algumas alterações podem surgir inter-consultas, e devem ser comunicadas ao obstetra. São elas:
  • Inchaço no rosto repentino (de um dia para o outro) ou inchaço nos pés e tornozelos mesmo após uma noite de descanso e que perdurarem por mais de 24 horas.
  • No final a gravidez, fortes dores de cabeça, na testa e por detrás dos olhos.
  • Visão turva, com inchaço nos olhos, também durante a segunda metade da gestação.
  • Dores abdominais fortes, principalmente se forem acompanhadas de náuseas e vômitos. Quando forem acompanhadas de diarréia são menos preocupantes.
  • Temperatura corporal acima de 39º C, associada a tremores.
  • Observar movimentos fetais durante toda a gestação.  Após 32 semanas é o período indicado para cardiotocografia  se necessário.
  • Suspeita de contato com pessoas portadoras de doenças virais, principalmente a rubéola.
  • Todo e qualquer tipo de sangramento, mesmo que indolor, deve ser analisado imediatamente!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A volta pra casa

A volta para casa, após o nascimento do bebê nem sempre é aquele mar de rosas com o qual tanto sonhamos.
As fantasias de um bebê tranqüilo, sorridente, de uma mulher cheirosa, bem humorada, de unhas feitas caem por água abaixo logo nos primeiros dias, dando lugar à uma sensação de impotência e de fracasso.
Com a suspensão repentina de alguns hormônios da gravidez, a instabilidade emocional reaparece, acompanhada de falta de concentração, cansaço, medo, sentimentos de incapacidade e conseqüentemente de culpa por não estar conseguindo cumprir o papel de mãe perfeita que a sociedade nos cobra.
A mulher muitas vezes vive a maternidade por 24 horas, esquecendo de si mesma, da família e dos amigos. Não encontra tempo para mais nada que não seja cuidar do bebê. Sem perceber, acaba virando escrava da maternidade. Os problemas conjugais vêm à tona, os amigos se afastam, a vida social ..(o que é isso?) acabou de vez, e por aí vai...É nessa hora que aparece um terrível arrependimento pela opção de se ter um bebê.
Mas será que é tão difícil conciliar a maternidade com trabalho, casamento, beleza, vida social, etc?
Não! Isso é mais fácil do que se imagina. Basta ter paciência e planejamento.
Os primeiros dias realmente são mais difíceis. Mãe e bebê estão em adaptação mútua e também à nova vida. Por isso, é importante que a mulher respeite e também se dê esse tempo de adaptação, procurando conhecer seu bebê, seus gostos, suas necessidades e limitações.
Não exigir demais de si e jamais ultrapassar o seu limite.
Não hesitar em pedir ajuda quando precisar. Afinal de contas, ninguém é de ferro. O ideal é que o parceiro a ajude. Isso ajuda a reforçar o vínculo familiar.
Valorizar essa ajuda do parceiro. Muitos homens gostam de se sentir importantes no cuidado com os bebês.
Conversar muito com seu parceiro. O diálogo é a melhor forma para se expor os sentimentos e mostrar as insatisfações. Isso ajuda a relaxar e fortalece o relacionamento.
Quando estiver em um ambiente social, não fale só do bebê. Procure ter assuntos variados.
Procure se gostar. Cuide-se, relaxe.
Faça caminhada ou qualquer outro exercício físico. Faz bem para o corpo e para a mente.
Estabeleça uma rotina para seu bebê. Banho, mamadas, passeio, soninho, de preferência sempre na mesma hora, pois assim ficará mais fácil de você se organizar para uma ida às compras, um encontro com amigas, ou namorar um pouco e deixar seu bebê com alguém de sua confiança. O fato de você estar amamentando, não impede que você concilie tudo isso. A regra continua a mesma.
Faça programas em que seu bebê possa participar e que não o deixem estressado. Evite lugares com alto índice de aglomeração e barulho. Dê preferência aos passeios ao ar livre. 
Lembre-se que o núcleo familiar está se adaptando à nova vida. Adaptações requerem algumas renúncias, mas jamais se anule como mulher, amiga, esposa, profissional, ou mãe. Tenha paciência e disciplina que você consegue!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

TOXOPLASMOSE - A culpa não é do gato

           

          Achei esse texto da Dra. Gabriela (Gabriela Toledo, Médica Veterinária – CRMV-SP 28.659, presidente da PEA www.pea.org.br ) muito esclarecedor, e que realmente vale a pena repassar.

01) O MITO SOBRE O GATO
          Apenas 1% dos gatinhos transmite a toxoplasmose e, para isso, eles precisam estar doentes e, principalmente, na fase de eliminação dos oocistos. O gatinho contrai o toxoplasma quando come carne crua ou mal passada ou, ainda, se ele comer insetos, ratos, lagartixas que contenham cistos do protozoário. É importante saber que adquirir toxoplasmose de gatos é muito raro e o animalzinho não é a principal fonte de transmissão.
           Geralmente, o gato que contraiu toxoplasmose, irá eliminar os oocistos (“ovinhos” do toxoplasma) apenas UMA ÚNICA VEZ e por apenas 15 DIAS durante toda a sua vida. Esta eliminação ocorre 10 dias após o gatinho ter sido infectado. Para que VOCÊ se contamine com o toxoplasma, você precisa COMER a forma infectante, que nada mais são que os ovinhos germinados presentes nas fezes do gato contaminado. Ou seja, você precisa que as FEZES DO GATO tenham contato com sua boca. E tem mais, as fezes do gato infectado precisam ter contato com sua boca depois de 48 horas que o gato tenha defecado, caso contrário, os “ovinhos não germinam” e o ciclo não se completa!
           Vale lembrar que os gatos são animais extremamente limpos. Eles têm o habito de enterrar seus dejetos e se limpar várias vezes ao dia. Estudos mostram que é IMPOSSÍVEL você contrair toxoplasmose beijando ou acariciando seu gatinho. Portanto, fique tranqüila! Seu gatinho não lhe representa nenhum perigo! Ahhhh, já estava esquecendo, não se contrai toxoplasmose através da lambida, mordida ou arranhões de gato.


02) POMBOS E OUTROS ANIMAIS
           Os pombos também já levaram a culpa de transmitir toxoplasmose. Assim como os pombos, outros animais também foram perseguidos! Tanto os pombos como qualquer animal pode transmitir toxoplasmose. Para isso é NECESSÁRIO que você COMA A CARNE CRUA ou MAL PASSADA DESSES ANIMAIS INFECTADOS. Se você não come pombos crus ou mal passados, fique tranqüila, eles não representam nenhum risco de lhe transmitir toxoplasmose.



03) COMO VOCÊ REALMENTE SE INFECTA
           Agora sim, a parte que NINGUÉM FALA, mas que é a MAIS IMPORTANTE!
As principais formas de contaminação ocorrem pela ingestão de CARNE CRUA ou MAL PASSADA e pela ingestão de LEGUMES, VERDURAS e FRUTAS MAL LAVADAS. Não é a toa que a maior concentração de pessoas positivas para toxoplasmose do mundo está em Erechim/RS (onde o consumo de carne de porco é enorme). Depois de Erechim, podemos citar Portugal, onde é extremamente comum o consumo de embutidos.
           É interessante informar que 1/3 da população mundial é soropositiva para toxoplasmose. Isso se deve ao fato de terem tido contato com o toxoplasma. Não quer dizer que essas pessoas estão doentes. Elas apenas possuem anticorpos contra a doença o que lhes garante que não irão se infectar novamente! Olha que legal!!!

04) RESUMINDO
           Por aqui já dá para entender que, para uma pessoa ser contaminar através do gato, é necessário que o gato esteja realmente doente, eliminando os oocistos, a caixinha de areia esteja suja e sem limpar por, no mínimo 24horas, e a pessoa mexa nas fezes e depois leve a mão suja à boca, ingerindo assim os oocistos esporulados do toxoplasma. Poxa... isso é um tanto quanto difícil de acontecer com pessoas com o mínimo de higiene, não é mesmo?

Se já sabemos como ocorre a contaminação, fica fácil evitar... Vamos lá:

Cuidados gerais
- Lave as mãos antes de comer ou beber
- Lave as mãos após a manipulação de carne e alimentos
- Não tome leite sem antes fervê-lo
- Não coma carne crua ou mal passada e nem verdura, legumes e frutas mal lavados
- Não coma embutidos não fiscalizados, de procedência duvidosa
- Use luvas ao limpar a caixa sanitária de gatos e/ou quando for mexer com jardinagem
- Se você for vegetariano, já não precisa se preocupar com carnes cruas ou mal passadas, mas tenha muita atenção nas frutas, legumes e verduras bem lavadas.

Cuidados com o gatinho
- Não o alimente com carne crua ou mal passada
- Limpe a caixa sanitária 2x ao dia.
- Desinfete a caixa sanitária e a pá com água fervendo por 5 minutos diariamente (se o gatinho estiver doente)
- Evite que seu gatinho tenha acesso à rua (assim evita que ele cace ratinhos, baratas, lagartixas ou então que ele coma alimentos duvidosos)
- Mantenha seu gatinho vacinado e vermifugado
- Leve seu gatinho frequentemente ao veterinário

Cuidados com outros animais
- Estoque alimentos e ração adequadamente evitando o acesso de insetos (insetos podem “carregar” o oocisto esporulado até a ração. Se o animal ingerir a ração contaminada ele irá se infectar com o toxoplasma)



05) PORTANTO EU REPITO EM ALTO E BOM TOM:
           SEJA FELIZ COM SEU GATINHO, ELE DEFINITIVAMENTE NÃO REPRESENTA NENHUM PERIGO PARA VOCÊ, POIS BEIJÁ-LO, ABRAÇÁ-LO, ACARICIÁ-LO, BRINCAR E DORMIR COM ELE NÃO TRANSMITE TOXOPLASMOSE.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Cólica – por Dr. González

          

imagem:VARBAK
          Os bebês ocidentais costumam chorar bastante durante os primeiros meses, o que se conhece como cólica do lactente ou cólica do primeiro trimestre. Cólica é a contração espasmódica e dolorosa de uma víscera oca; há cólicas dos rins, da vesícula e do intestino. Como o lactente não é uma vesícula oca e o primeiro trimestre muito menos, o nome logo de cara não é muito feliz. Chamavam de cólica porque se acreditava que doía a barriga dos bebês; mas isso é impossível saber. A dor não se vê, tem de ser explicada pelo paciente. Quando perguntam a eles: “por que você está chorando?”, os bebês insistem em não responder; quando perguntam novamente anos depois, sempre dizem que não se lembram. Então ninguém sabe se está doendo a barriga, ou a cabeça, ou as costas, ou se é coceira na sola dos pés, ou se o barulho está incomodando, ou simplesmente se estão preocupados com alguma notícia que ouviram no rádio. Por isso, os livros modernos frequentemente evitam a palavra cólica e preferem chamar de choro excessivo na infância. É lógico pensar que nem todos os bebês choram pelo mesmo motivo; alguns talvez sintam dor na barriga, mas outro pode estar com fome, ou frio, ou calor, e outros (provavelmente a maioria) simplesmente precisam de colo.
          Tipicamente, o choro acontece sobretudo à tarde, de seis às dez, a hora crítica. Às vezes de oito à meia-noite, às vezes de meia-noite às quatro, e alguns parecem que estão a postos vinte e quatro horas por dia. Costuma começar depois de duas ou três semanas de vida e costuma melhorar por volta dos três meses (mas nem sempre).
          Quando a mãe amamenta e o bebê chora de tarde, sempre há alguma alma caridosa que diz: “Claro! De tarde seu leite acaba!”. Mas então, por que os bebês que tomam mamadeira têm cólicas? (a incidência de cólica parece ser a mesma entre os bebês amamentados e os que tomam mamadeira). Por acaso há alguma mãe que prepare uma mamadeira de 150 ml pela manhã e de tarde uma de 90 ml somente para incomodar e para fazer o bebê chorar? Claro que não! As mamadeiras são exatamente iguais, mas o bebê que de manhã dormia mais ou menos tranquilo, à tarde chora sem parar. Não é por fome.
          “Então, por que minha filha passa a tarde toda pendurada no peito e por que vejo que meus peitos estão murchos?” Quando um bebê está chorando, a mãe que dá mamadeira pode fazer várias coisas: pegar no colo, embalar, cantar, fazer carinho, colocar a chupeta, dar a mamadeira, deixar chorar (não estou dizendo que seja conveniente ou recomendável deixar chorar, só digo que é uma das coisas que a mãe poderia fazer). A mãe que amamenta pode fazer todas essas coisas (incluindo dar uma mamadeira e deixar chorar), mas, além disso, pode fazer uma exclusiva: dar o peito. A maioria das mães descobrem que dar de mamar é a maneira mais fácil e rápida de acalmar o bebê (em casa chamamos o peito de anestesia), então dão de mamar várias vezes ao longo da tarde. Claro que o peito fica murcho, mas não por falta de leite, mas sim porque todo o leite está na barriga do bebê. O bebê não tem fome alguma, pelo contrário, está entupido de leite.
          Se a mãe está feliz em dar de mamar o tempo todo e não sente dor no mamilo (se o bebê pede toda hora e doem os mamilos, é provável que a pega esteja errada), e se o bebê se acalma assim, não há inconveniente. Pode dar de mamar todas as vezes e todo o tempo que quiser. Pode deitar na cama e descansar enquanto o filho mama. Mas claro, se a mãe está cansada, desesperada, farta de tanto amamentar, e se o bebê está engordando bem, não há inconveniente que diga ao pai, à avó ou ao primeiro voluntário que aparecer: “pegue este bebê, leve para passear em outro cômodo ou na rua e volte daqui a duas horas”. Porque se um bebê que mama bem e engorda normalmente mama cinco vezes em duas horas e continua chorando, podemos ter razoavelmente a certeza de que não chora de fome (outra coisa seria um bebê que engorda muito pouco ou que não estava engordando nada até dois dias atrás e agora começa a se recuperar: talvez esse bebê necessite mamar muitíssimas vezes seguidas). E sim, se pedir para alguém levar o bebê para passear, aproveite para descansar e, se possível, dormir. Nada de lavar a louça ou colocar em dia a roupa para passar, pois não adiantaria nada.
          Às vezes, acontece de a mãe estar desesperada por passar horas dando de mamar, colo, peito, colo e tudo de novo. Recebe seu marido como se fosse uma cavalaria: “por favor, faça algo com essa menina, pois estou ao ponto de ficar doida”. O papai pega o bebê no colo (não sem certa apreensão, devido às circunstâncias), a menina apoia a cabecinha sobre seu ombro e “plim” pega no sono. Há várias explicações possíveis para esse fenômeno. Dizem que nós homens temos os ombros mais largos, e que se pode dormir melhor neles. Como estava há duas horas dançando, é lógico que a bebê esteja bastante cansada. Talvez precisasse de uma mudança de ares, quer dizer, de colo (e muitas vezes acontece o contrário: o pai não sabe o que fazer e a mãe consegue tranquilizar o bebê em segundos).
          Tenho a impressão (mas é somente uma teoria minha, não tenho nenhuma prova) de que em alguns casos o que ocorre é que o bebê também está farto de mamar. Não tem fome, mas não é capaz de repousar a cabeça sobre o ombro de sua mãe e dormir tranqüilo. É como se não conhecesse outra forma de se relacionar com sua mãe a não ser mamando. Talvez se sinta como nós quando nos oferecem nossa sobremesa favorita depois de uma opípara refeição. Não temos como recusar, mas passamos a tarde com indigestão. No colo da mamãe é uma dúvida permanente entre querer e poder; por outro lado, com papai, não há dúvida possível: não tem mamá, então é só dormir.
          Minha teoria tem muitos pontos fracos, claro. Para começar, a maior parte dos bebês do mundo estão o dia todo no colo (ou carregados nas costas) de sua mãe e, em geral, descansam tranquilos e quase não choram. Mas talvez esses bebês conheçam uma outra forma de se relacionar com suas mães, sem necessidade de mamar. Em nossa cultura fazemos de tudo para deixar o bebê no berço várias horas por dia; talvez assim lhes passemos a idéia de que só podem estar com a mãe se for para mamar.
          Porque o certo é que a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura. Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido. Na Coreia, o Dr. Lee não encontrou nenhum caso de cólica entre 160 lactentes. Com um mês de idade, os bebês coreanos só passavam duas horas por dia sozinhos contra as dezesseis horas dos norteamericanos. Os bebês coreanos passavam o dobro do tempo no colo que os norteamericanos e suas mães atendiam praticamente sempre que choravam. As mães norteamericanas ignoravam deliberadamente o choro de seus filhos em quase a metade das vezes.
          No Canadá, Hunziker e Barr demonstraram que se podia prevenir a cólica do lactente recomendando às mães que pegassem seus bebês no colo várias horas por dia. É muito boa idéia levar os bebês pendurados, como fazem a maior parte das mães do mundo. Hoje em dia é possível comprar vários modelos de carregadores de bebês nos quais ele pode ser levado confortavelmente em casa e na rua. Não corra para colocar o bebê no berço assim que ele adormecer; ele gosta de estar com a mamãe, mesmo quando está dormindo. Não espere que o bebê comece a chorar, com duas ou três semanas de vida, para pegá-lo no colo; pode acontecer de ter “passado do ponto” e nem no colo ele se acalmar. Os bebês necessitam de muito contato físico, muito colo, desde o nascimento. Não é conveniente estarem separados de sua mãe, e muito menos sozinhos em outro cômodo. Durante o dia, se o deixar dormindo um pouco em seu bercinho, é melhor que o bercinho esteja na sala; assim ambos (mãe e filho) se sentirão mais seguros e descansarão melhor.
          A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso… Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para cólicas que continham barbitúricos (se fazia efeito, claro, o bebê caía duro). Outros preferem as ervas e chás, os remédios homeopáticos, as massagens. Todos os tratamentos de que tenho notícia têm algo em comum: tem de tocar no bebê para dá-lo. O bebê está no berço chorando; a mãe o pega no colo, dá camomila e o bebê se cala. Teria seacalmado mesmo sem camomila, com o peito, ou somente com o colo. Se, ao contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar camomila, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que filmasse o berço, um administrador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de camomila direto na boca… Acredita que o bebê se acalmaria desse modo? Não é a camomila, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.
          Taubman, um pediatra americano, demonstrou que umas simples instruções para a mãe (tabela 1) faziam desaparecer a cólica em menos de duas semanas. Os bebês cujas mães os atendiam, passaram de uma média de 2,6 horas ao dia de choro para somente 0,8 horas. Enquanto isso, os do grupo de controle, que eram deixados chorando, choravam cada vez mais: de 3,1 horas passaram a 3,8 horas. Quer dizer, os bebês não choram por gosto, mas porque alguma coisa está acontecendo. Se são deixados chorando, choram mais, se tentam consolá-los, choram menos (uma coisa tão lógica! Por que tanta gente se esforça em nos fazer acreditar justo no contrário?).

          Tabela 1 – Instruções para tratar a cólica, segundo Taubman (Pediatrics 1984;74:998)
1- Tente não deixar nunca o bebê chorando.

2- Para descobrir por que seu filho está chorando, tenha em conta as seguintes possibilidades:
a- O bebê tem fome e quer mamar.
b- O bebê quer sugar, mesmo sem fome.
c- O bebê quer colo.
d- O bebê está entediado e quer distração.
e- O bebê está cansado e quer dormir.

3- Se continuar chorando durante mais de cinco minutos com uma opção, tente com outra.

4- Decida você mesma em qual ordem testará as opções anteriores.

5- Não tenha medo de superalimentar seu filho. Isso não vai acontecer.

6- Não tenha medo de estragar seu filho. Isso também não vai acontecer.

          No grupo de controle, as instruções eram: quando o bebê chorar e você não souber o que está acontecendo, deixe-o no berço e saia do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando, torne a entrar, verifique (um minuto) que não há nada, e volte a sair do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando etc. Se após três horas ele continuar chorando, alimente-o e recomece.
          As duas últimas instruções do Dr. Taubman me parecem especialmente importantes: é impossível superalimentar um bebê por oferecer-lhe muita comida (que o digam as mães que tentam enfiar a papinha em um bebê que não quer comer); e é impossível estragar um bebê dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la.
          Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos… Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?
Lee K. The crying pattern of Korean infants and related factors. Dev Med Child Neurol. 1994; 36:601-7
Hunziker UA, Barr RG. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics 1986;77:641-8
Taubnan B. Clinical trial of treatment of colic by modification of parent-infant interaction. Pediatrics 1984;74:998-1003
Do livro Un regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna,Carlos González
Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas
fonte: posso amamentar – Bianca Balassiano Najm

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

26 de setembro, Dia mundial de prevenção à gravidez na adolescência

             De acordo com um relatório da ONU, divulgado em novembro de 2008, o Brasil tem a segunda maior taxa de gravidez entre jovens de 15 a 19 anos da América do Sul.  São 89 nascimentos para cada 1000 mulheres nesta faixa etária no País.
            Esse tema tem despertado interesse no meio profissional e social, na busca de alternativas para prevenção, e na elaboração de medidas que amenizem as consequências psicossociais para esses adolescentes e para o bebê.
Porém, a grande maioria desses estudos é direcionada à mãe adolescente: os aspectos psicológicos, e os riscos físicos e emocionais que essa gestação pode trazer a ela e ao bebê. Muito pouco se encontra a respeito dos pais adolescentes. Talvez por tratar-se de situação menos contundente, tem merecido pouca atenção dos pesquisadores. A importância do pai adolescente para o desenvolvimento saudável da criança, bem como do contexto no qual ele está inserido, têm sido negligenciados. Esquecem que assim como a menina grávida, ele também se encontra diante de uma situação nova, crítica, que desperta um emaranhado de emoções nunca antes sentidas, e que se não avaliadas e cuidadas, podem gerar consequências psíquicas consideráveis.
            A sociedade contemporânea estimula a iniciação sexual desses jovens  através da mídia, explorando o sexo como mercadoria e dissociado do contexto afetivo-emocional.  Porém, essa mesma sociedade que estimula essa experiência, carece de políticas para acolher, cuidar e orientar esses jovens.
            A sexualidade e a gravidez na adolescência têm sido vistas pelos órgãos de saúde como sendo exclusivamente fisiológicos, desconsiderando toda a carga psíquica envolvida e as consequências decorrentes dessa assistência precária. A gravidez na adolescência é muito mais do que um simples processo físico, é um reflexo social. É preciso investigar o significado real que esse filho, nesse momento, traz para esses jovens.
            Apesar do discurso de igualdade de direitos entre os sexos no que tange à liberdade sexual, as jovens grávidas ainda são estigmatizadas pela sociedade, sofrendo discriminação, e o jovem pai ainda carrega o rótulo de “culpado”.     
            Em sua busca por assumir a paternidade frente à sociedade, o jovem pai se depara com muitos obstáculos nem sempre tão simples de serem superados, como subemprego, evasão escolar, enfrentamento social, e o que é mais conflitante, a dificuldade que encontra ao querer participar ativamente da gestação de sua companheira.
            A saída da mulher para o mercado de trabalho proporcionou uma divisão de tarefas, onde o homem passou a se integrar com as tarefas domésticas e o cuidado dos filhos. Com isso a gravidez, antes um cuidado exclusivo da mulher, passou a ser uma preocupação do casal, com maior participação paterna. Mesmo assim, ainda é extremamente difícil ao homem encontrar espaço para vivenciar esse momento de maneira mais plena, se agravando ainda, por ser jovem.
            Sendo assim, podemos resumir a realidade do pai adolescente como um jovem mergulhado nos conflitos e angústias pertinentes à adolescência, pressionado por uma sociedade que cobra uma posição frente ao fato, impedido de viver essa experiência e sem um espaço onde possa ser acolhido e escutado.
            É dever do jovem, assumir a paternidade, mas é seu direito de receber apoio, acolhimento e reconhecimento frente aos órgãos de saúde.

sábado, 10 de setembro de 2011

Razões para se pedir uma cesárea

          Chegou até mim hoje o texto que vou postar abaixo, e que achei muito interessante, e digno de uma reflexão, a começar pelo "mãezinha" inicial, propositalmente colocado, mostrando a força da expressão que minimiza a força da mulher que pari. E depois...mostra as futilidades que levam à mulher a escolher (escolher?) uma cesárea. Cesárea se escolhe? Imagine alguem chegando no médico cirurgião com o seguinte discurso: - Doutor, quero pedir para que o senhor me opere e retire a minha vesícula. Sabe como é, minha mãe teve dores horríveis antes de operar, então, eu acho que operando agora eu não corro o risco de sentir dor. O que o médico faria? Fica aqui a reflexão, e segue abaixo o texto, que foi retirado do blog  http://groselhadeuva.blogspot.com.

          Mãezinha, a seguir apresentamos as várias razões para você acreditar cegamente no seu médico cesarista. Acompanhe!
1 – Ele estudou pra isso: Pra te ver como uma doente, quase em estágio terminal, que trás algo super perigoso dentro de si, tipo um câncer em metástase, uma bomba relógio que vai explodir a qualquer momento e que deve ser extraído imediatamente.
2 – Ele sempre te chama de “mãezinha”, “querida”, “flor”: É porque ele nem sabe o seu nome. Ele te vê apenas como um número, um cifrão a mais na sua conta. E o seu bebezinho que está crescendo na sua barriga, como um incômodo impertinente, que não pode atrapalhar sua noite ou seu fim de semana; por isso vamos marcar uma cesárea.
3 – Cesárea é indolor: Quem aqui já viu alguma pessoa gritando durante uma cirurgia? Cirurgias são feitas com anestesia (dãã), por isso você não vai sentir dor DURANTE. Depois... bem, depois é problema seu, porque o horário do médico já acabou. Se vira, mãezinha!
4 – Cesárea é mais simples do que parto normal: Ignore o fato de que é uma cirurgia de médio porte, que corta 7 camadas de tecido (da sua carne), corta o seu útero, e exige mais de 800 pontos para ser fechada. Ignore o fato de que você vai perder quase UM LITRO de sangue nessa brincadeira, e que se precisar de transfusão de sangue, você pode matar uma pessoa acidentada, que precisará realmente do sangue; mas que será dado a você, pois já está toda aberta e estrebuchada, como um peixe na banca.
5 – Parir é muito perigoso: Claro que é perigoso. Tanto que os seres humanos estão em risco de extinção, não é! Na África e em outros países “pobres” quase não existem mais pessoas!
6– Parir vai te deixar larga: Imagina as acrobacias que o coitado do seu avô não tinha que fazer quando a sua avó já tinha parido o oitavo filho... Vai ver que foi aí que nasceu o mito do Tião-pé-de-mesa.
7 – Parir vai te deixar com incontinência urinária: E isso não é algo que ocorre com a idade, mesmo em mulheres que nunca pariram. Largue a mão de ser impertinente! Faça logo uma cesárea.
8 – Parir é coisa de pobre: A verdade é que a Gisele Bündchen estava passando por um período difícil na sua carreira, sem dinheiro, e foi obrigada a parir em casa, coitada! =S
9 – Nós temos UTI Neo-natal aqui: Não precisa se preocupar! Enquanto você estiver sedada, o seu filho estará na UTI, recebendo uma luz fortíssima na cara, injeções mil, terá um tubo grosso enfiado gentilmente em sua garganta, talvez até uns choquinhos do desfibrilador e será manipulado como um pedaço de carne sem importância.
10 – Cesárea é satisfação garantida! Se você se arrepender, romper os pontos, tiver quelóides, dores, não conseguir levantar da cama sem desmaiar, andar encurvada por uma semana; se você não conseguir cuidar do seu filho, se não conseguir amamentá-lo, se tiver depressão pós-parto... sorria! Você estava com as unhas pintadas e chapinha! Não devolvemos sua gravidez de volta.