sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

TOXOPLASMOSE - A culpa não é do gato

           

          Achei esse texto da Dra. Gabriela (Gabriela Toledo, Médica Veterinária – CRMV-SP 28.659, presidente da PEA www.pea.org.br ) muito esclarecedor, e que realmente vale a pena repassar.

01) O MITO SOBRE O GATO
          Apenas 1% dos gatinhos transmite a toxoplasmose e, para isso, eles precisam estar doentes e, principalmente, na fase de eliminação dos oocistos. O gatinho contrai o toxoplasma quando come carne crua ou mal passada ou, ainda, se ele comer insetos, ratos, lagartixas que contenham cistos do protozoário. É importante saber que adquirir toxoplasmose de gatos é muito raro e o animalzinho não é a principal fonte de transmissão.
           Geralmente, o gato que contraiu toxoplasmose, irá eliminar os oocistos (“ovinhos” do toxoplasma) apenas UMA ÚNICA VEZ e por apenas 15 DIAS durante toda a sua vida. Esta eliminação ocorre 10 dias após o gatinho ter sido infectado. Para que VOCÊ se contamine com o toxoplasma, você precisa COMER a forma infectante, que nada mais são que os ovinhos germinados presentes nas fezes do gato contaminado. Ou seja, você precisa que as FEZES DO GATO tenham contato com sua boca. E tem mais, as fezes do gato infectado precisam ter contato com sua boca depois de 48 horas que o gato tenha defecado, caso contrário, os “ovinhos não germinam” e o ciclo não se completa!
           Vale lembrar que os gatos são animais extremamente limpos. Eles têm o habito de enterrar seus dejetos e se limpar várias vezes ao dia. Estudos mostram que é IMPOSSÍVEL você contrair toxoplasmose beijando ou acariciando seu gatinho. Portanto, fique tranqüila! Seu gatinho não lhe representa nenhum perigo! Ahhhh, já estava esquecendo, não se contrai toxoplasmose através da lambida, mordida ou arranhões de gato.


02) POMBOS E OUTROS ANIMAIS
           Os pombos também já levaram a culpa de transmitir toxoplasmose. Assim como os pombos, outros animais também foram perseguidos! Tanto os pombos como qualquer animal pode transmitir toxoplasmose. Para isso é NECESSÁRIO que você COMA A CARNE CRUA ou MAL PASSADA DESSES ANIMAIS INFECTADOS. Se você não come pombos crus ou mal passados, fique tranqüila, eles não representam nenhum risco de lhe transmitir toxoplasmose.



03) COMO VOCÊ REALMENTE SE INFECTA
           Agora sim, a parte que NINGUÉM FALA, mas que é a MAIS IMPORTANTE!
As principais formas de contaminação ocorrem pela ingestão de CARNE CRUA ou MAL PASSADA e pela ingestão de LEGUMES, VERDURAS e FRUTAS MAL LAVADAS. Não é a toa que a maior concentração de pessoas positivas para toxoplasmose do mundo está em Erechim/RS (onde o consumo de carne de porco é enorme). Depois de Erechim, podemos citar Portugal, onde é extremamente comum o consumo de embutidos.
           É interessante informar que 1/3 da população mundial é soropositiva para toxoplasmose. Isso se deve ao fato de terem tido contato com o toxoplasma. Não quer dizer que essas pessoas estão doentes. Elas apenas possuem anticorpos contra a doença o que lhes garante que não irão se infectar novamente! Olha que legal!!!

04) RESUMINDO
           Por aqui já dá para entender que, para uma pessoa ser contaminar através do gato, é necessário que o gato esteja realmente doente, eliminando os oocistos, a caixinha de areia esteja suja e sem limpar por, no mínimo 24horas, e a pessoa mexa nas fezes e depois leve a mão suja à boca, ingerindo assim os oocistos esporulados do toxoplasma. Poxa... isso é um tanto quanto difícil de acontecer com pessoas com o mínimo de higiene, não é mesmo?

Se já sabemos como ocorre a contaminação, fica fácil evitar... Vamos lá:

Cuidados gerais
- Lave as mãos antes de comer ou beber
- Lave as mãos após a manipulação de carne e alimentos
- Não tome leite sem antes fervê-lo
- Não coma carne crua ou mal passada e nem verdura, legumes e frutas mal lavados
- Não coma embutidos não fiscalizados, de procedência duvidosa
- Use luvas ao limpar a caixa sanitária de gatos e/ou quando for mexer com jardinagem
- Se você for vegetariano, já não precisa se preocupar com carnes cruas ou mal passadas, mas tenha muita atenção nas frutas, legumes e verduras bem lavadas.

Cuidados com o gatinho
- Não o alimente com carne crua ou mal passada
- Limpe a caixa sanitária 2x ao dia.
- Desinfete a caixa sanitária e a pá com água fervendo por 5 minutos diariamente (se o gatinho estiver doente)
- Evite que seu gatinho tenha acesso à rua (assim evita que ele cace ratinhos, baratas, lagartixas ou então que ele coma alimentos duvidosos)
- Mantenha seu gatinho vacinado e vermifugado
- Leve seu gatinho frequentemente ao veterinário

Cuidados com outros animais
- Estoque alimentos e ração adequadamente evitando o acesso de insetos (insetos podem “carregar” o oocisto esporulado até a ração. Se o animal ingerir a ração contaminada ele irá se infectar com o toxoplasma)



05) PORTANTO EU REPITO EM ALTO E BOM TOM:
           SEJA FELIZ COM SEU GATINHO, ELE DEFINITIVAMENTE NÃO REPRESENTA NENHUM PERIGO PARA VOCÊ, POIS BEIJÁ-LO, ABRAÇÁ-LO, ACARICIÁ-LO, BRINCAR E DORMIR COM ELE NÃO TRANSMITE TOXOPLASMOSE.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Cólica – por Dr. González

          

imagem:VARBAK
          Os bebês ocidentais costumam chorar bastante durante os primeiros meses, o que se conhece como cólica do lactente ou cólica do primeiro trimestre. Cólica é a contração espasmódica e dolorosa de uma víscera oca; há cólicas dos rins, da vesícula e do intestino. Como o lactente não é uma vesícula oca e o primeiro trimestre muito menos, o nome logo de cara não é muito feliz. Chamavam de cólica porque se acreditava que doía a barriga dos bebês; mas isso é impossível saber. A dor não se vê, tem de ser explicada pelo paciente. Quando perguntam a eles: “por que você está chorando?”, os bebês insistem em não responder; quando perguntam novamente anos depois, sempre dizem que não se lembram. Então ninguém sabe se está doendo a barriga, ou a cabeça, ou as costas, ou se é coceira na sola dos pés, ou se o barulho está incomodando, ou simplesmente se estão preocupados com alguma notícia que ouviram no rádio. Por isso, os livros modernos frequentemente evitam a palavra cólica e preferem chamar de choro excessivo na infância. É lógico pensar que nem todos os bebês choram pelo mesmo motivo; alguns talvez sintam dor na barriga, mas outro pode estar com fome, ou frio, ou calor, e outros (provavelmente a maioria) simplesmente precisam de colo.
          Tipicamente, o choro acontece sobretudo à tarde, de seis às dez, a hora crítica. Às vezes de oito à meia-noite, às vezes de meia-noite às quatro, e alguns parecem que estão a postos vinte e quatro horas por dia. Costuma começar depois de duas ou três semanas de vida e costuma melhorar por volta dos três meses (mas nem sempre).
          Quando a mãe amamenta e o bebê chora de tarde, sempre há alguma alma caridosa que diz: “Claro! De tarde seu leite acaba!”. Mas então, por que os bebês que tomam mamadeira têm cólicas? (a incidência de cólica parece ser a mesma entre os bebês amamentados e os que tomam mamadeira). Por acaso há alguma mãe que prepare uma mamadeira de 150 ml pela manhã e de tarde uma de 90 ml somente para incomodar e para fazer o bebê chorar? Claro que não! As mamadeiras são exatamente iguais, mas o bebê que de manhã dormia mais ou menos tranquilo, à tarde chora sem parar. Não é por fome.
          “Então, por que minha filha passa a tarde toda pendurada no peito e por que vejo que meus peitos estão murchos?” Quando um bebê está chorando, a mãe que dá mamadeira pode fazer várias coisas: pegar no colo, embalar, cantar, fazer carinho, colocar a chupeta, dar a mamadeira, deixar chorar (não estou dizendo que seja conveniente ou recomendável deixar chorar, só digo que é uma das coisas que a mãe poderia fazer). A mãe que amamenta pode fazer todas essas coisas (incluindo dar uma mamadeira e deixar chorar), mas, além disso, pode fazer uma exclusiva: dar o peito. A maioria das mães descobrem que dar de mamar é a maneira mais fácil e rápida de acalmar o bebê (em casa chamamos o peito de anestesia), então dão de mamar várias vezes ao longo da tarde. Claro que o peito fica murcho, mas não por falta de leite, mas sim porque todo o leite está na barriga do bebê. O bebê não tem fome alguma, pelo contrário, está entupido de leite.
          Se a mãe está feliz em dar de mamar o tempo todo e não sente dor no mamilo (se o bebê pede toda hora e doem os mamilos, é provável que a pega esteja errada), e se o bebê se acalma assim, não há inconveniente. Pode dar de mamar todas as vezes e todo o tempo que quiser. Pode deitar na cama e descansar enquanto o filho mama. Mas claro, se a mãe está cansada, desesperada, farta de tanto amamentar, e se o bebê está engordando bem, não há inconveniente que diga ao pai, à avó ou ao primeiro voluntário que aparecer: “pegue este bebê, leve para passear em outro cômodo ou na rua e volte daqui a duas horas”. Porque se um bebê que mama bem e engorda normalmente mama cinco vezes em duas horas e continua chorando, podemos ter razoavelmente a certeza de que não chora de fome (outra coisa seria um bebê que engorda muito pouco ou que não estava engordando nada até dois dias atrás e agora começa a se recuperar: talvez esse bebê necessite mamar muitíssimas vezes seguidas). E sim, se pedir para alguém levar o bebê para passear, aproveite para descansar e, se possível, dormir. Nada de lavar a louça ou colocar em dia a roupa para passar, pois não adiantaria nada.
          Às vezes, acontece de a mãe estar desesperada por passar horas dando de mamar, colo, peito, colo e tudo de novo. Recebe seu marido como se fosse uma cavalaria: “por favor, faça algo com essa menina, pois estou ao ponto de ficar doida”. O papai pega o bebê no colo (não sem certa apreensão, devido às circunstâncias), a menina apoia a cabecinha sobre seu ombro e “plim” pega no sono. Há várias explicações possíveis para esse fenômeno. Dizem que nós homens temos os ombros mais largos, e que se pode dormir melhor neles. Como estava há duas horas dançando, é lógico que a bebê esteja bastante cansada. Talvez precisasse de uma mudança de ares, quer dizer, de colo (e muitas vezes acontece o contrário: o pai não sabe o que fazer e a mãe consegue tranquilizar o bebê em segundos).
          Tenho a impressão (mas é somente uma teoria minha, não tenho nenhuma prova) de que em alguns casos o que ocorre é que o bebê também está farto de mamar. Não tem fome, mas não é capaz de repousar a cabeça sobre o ombro de sua mãe e dormir tranqüilo. É como se não conhecesse outra forma de se relacionar com sua mãe a não ser mamando. Talvez se sinta como nós quando nos oferecem nossa sobremesa favorita depois de uma opípara refeição. Não temos como recusar, mas passamos a tarde com indigestão. No colo da mamãe é uma dúvida permanente entre querer e poder; por outro lado, com papai, não há dúvida possível: não tem mamá, então é só dormir.
          Minha teoria tem muitos pontos fracos, claro. Para começar, a maior parte dos bebês do mundo estão o dia todo no colo (ou carregados nas costas) de sua mãe e, em geral, descansam tranquilos e quase não choram. Mas talvez esses bebês conheçam uma outra forma de se relacionar com suas mães, sem necessidade de mamar. Em nossa cultura fazemos de tudo para deixar o bebê no berço várias horas por dia; talvez assim lhes passemos a idéia de que só podem estar com a mãe se for para mamar.
          Porque o certo é que a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura. Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido. Na Coreia, o Dr. Lee não encontrou nenhum caso de cólica entre 160 lactentes. Com um mês de idade, os bebês coreanos só passavam duas horas por dia sozinhos contra as dezesseis horas dos norteamericanos. Os bebês coreanos passavam o dobro do tempo no colo que os norteamericanos e suas mães atendiam praticamente sempre que choravam. As mães norteamericanas ignoravam deliberadamente o choro de seus filhos em quase a metade das vezes.
          No Canadá, Hunziker e Barr demonstraram que se podia prevenir a cólica do lactente recomendando às mães que pegassem seus bebês no colo várias horas por dia. É muito boa idéia levar os bebês pendurados, como fazem a maior parte das mães do mundo. Hoje em dia é possível comprar vários modelos de carregadores de bebês nos quais ele pode ser levado confortavelmente em casa e na rua. Não corra para colocar o bebê no berço assim que ele adormecer; ele gosta de estar com a mamãe, mesmo quando está dormindo. Não espere que o bebê comece a chorar, com duas ou três semanas de vida, para pegá-lo no colo; pode acontecer de ter “passado do ponto” e nem no colo ele se acalmar. Os bebês necessitam de muito contato físico, muito colo, desde o nascimento. Não é conveniente estarem separados de sua mãe, e muito menos sozinhos em outro cômodo. Durante o dia, se o deixar dormindo um pouco em seu bercinho, é melhor que o bercinho esteja na sala; assim ambos (mãe e filho) se sentirão mais seguros e descansarão melhor.
          A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso… Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para cólicas que continham barbitúricos (se fazia efeito, claro, o bebê caía duro). Outros preferem as ervas e chás, os remédios homeopáticos, as massagens. Todos os tratamentos de que tenho notícia têm algo em comum: tem de tocar no bebê para dá-lo. O bebê está no berço chorando; a mãe o pega no colo, dá camomila e o bebê se cala. Teria seacalmado mesmo sem camomila, com o peito, ou somente com o colo. Se, ao contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar camomila, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que filmasse o berço, um administrador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de camomila direto na boca… Acredita que o bebê se acalmaria desse modo? Não é a camomila, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.
          Taubman, um pediatra americano, demonstrou que umas simples instruções para a mãe (tabela 1) faziam desaparecer a cólica em menos de duas semanas. Os bebês cujas mães os atendiam, passaram de uma média de 2,6 horas ao dia de choro para somente 0,8 horas. Enquanto isso, os do grupo de controle, que eram deixados chorando, choravam cada vez mais: de 3,1 horas passaram a 3,8 horas. Quer dizer, os bebês não choram por gosto, mas porque alguma coisa está acontecendo. Se são deixados chorando, choram mais, se tentam consolá-los, choram menos (uma coisa tão lógica! Por que tanta gente se esforça em nos fazer acreditar justo no contrário?).

          Tabela 1 – Instruções para tratar a cólica, segundo Taubman (Pediatrics 1984;74:998)
1- Tente não deixar nunca o bebê chorando.

2- Para descobrir por que seu filho está chorando, tenha em conta as seguintes possibilidades:
a- O bebê tem fome e quer mamar.
b- O bebê quer sugar, mesmo sem fome.
c- O bebê quer colo.
d- O bebê está entediado e quer distração.
e- O bebê está cansado e quer dormir.

3- Se continuar chorando durante mais de cinco minutos com uma opção, tente com outra.

4- Decida você mesma em qual ordem testará as opções anteriores.

5- Não tenha medo de superalimentar seu filho. Isso não vai acontecer.

6- Não tenha medo de estragar seu filho. Isso também não vai acontecer.

          No grupo de controle, as instruções eram: quando o bebê chorar e você não souber o que está acontecendo, deixe-o no berço e saia do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando, torne a entrar, verifique (um minuto) que não há nada, e volte a sair do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando etc. Se após três horas ele continuar chorando, alimente-o e recomece.
          As duas últimas instruções do Dr. Taubman me parecem especialmente importantes: é impossível superalimentar um bebê por oferecer-lhe muita comida (que o digam as mães que tentam enfiar a papinha em um bebê que não quer comer); e é impossível estragar um bebê dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la.
          Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos… Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?
Lee K. The crying pattern of Korean infants and related factors. Dev Med Child Neurol. 1994; 36:601-7
Hunziker UA, Barr RG. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics 1986;77:641-8
Taubnan B. Clinical trial of treatment of colic by modification of parent-infant interaction. Pediatrics 1984;74:998-1003
Do livro Un regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna,Carlos González
Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas
fonte: posso amamentar – Bianca Balassiano Najm

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

26 de setembro, Dia mundial de prevenção à gravidez na adolescência

             De acordo com um relatório da ONU, divulgado em novembro de 2008, o Brasil tem a segunda maior taxa de gravidez entre jovens de 15 a 19 anos da América do Sul.  São 89 nascimentos para cada 1000 mulheres nesta faixa etária no País.
            Esse tema tem despertado interesse no meio profissional e social, na busca de alternativas para prevenção, e na elaboração de medidas que amenizem as consequências psicossociais para esses adolescentes e para o bebê.
Porém, a grande maioria desses estudos é direcionada à mãe adolescente: os aspectos psicológicos, e os riscos físicos e emocionais que essa gestação pode trazer a ela e ao bebê. Muito pouco se encontra a respeito dos pais adolescentes. Talvez por tratar-se de situação menos contundente, tem merecido pouca atenção dos pesquisadores. A importância do pai adolescente para o desenvolvimento saudável da criança, bem como do contexto no qual ele está inserido, têm sido negligenciados. Esquecem que assim como a menina grávida, ele também se encontra diante de uma situação nova, crítica, que desperta um emaranhado de emoções nunca antes sentidas, e que se não avaliadas e cuidadas, podem gerar consequências psíquicas consideráveis.
            A sociedade contemporânea estimula a iniciação sexual desses jovens  através da mídia, explorando o sexo como mercadoria e dissociado do contexto afetivo-emocional.  Porém, essa mesma sociedade que estimula essa experiência, carece de políticas para acolher, cuidar e orientar esses jovens.
            A sexualidade e a gravidez na adolescência têm sido vistas pelos órgãos de saúde como sendo exclusivamente fisiológicos, desconsiderando toda a carga psíquica envolvida e as consequências decorrentes dessa assistência precária. A gravidez na adolescência é muito mais do que um simples processo físico, é um reflexo social. É preciso investigar o significado real que esse filho, nesse momento, traz para esses jovens.
            Apesar do discurso de igualdade de direitos entre os sexos no que tange à liberdade sexual, as jovens grávidas ainda são estigmatizadas pela sociedade, sofrendo discriminação, e o jovem pai ainda carrega o rótulo de “culpado”.     
            Em sua busca por assumir a paternidade frente à sociedade, o jovem pai se depara com muitos obstáculos nem sempre tão simples de serem superados, como subemprego, evasão escolar, enfrentamento social, e o que é mais conflitante, a dificuldade que encontra ao querer participar ativamente da gestação de sua companheira.
            A saída da mulher para o mercado de trabalho proporcionou uma divisão de tarefas, onde o homem passou a se integrar com as tarefas domésticas e o cuidado dos filhos. Com isso a gravidez, antes um cuidado exclusivo da mulher, passou a ser uma preocupação do casal, com maior participação paterna. Mesmo assim, ainda é extremamente difícil ao homem encontrar espaço para vivenciar esse momento de maneira mais plena, se agravando ainda, por ser jovem.
            Sendo assim, podemos resumir a realidade do pai adolescente como um jovem mergulhado nos conflitos e angústias pertinentes à adolescência, pressionado por uma sociedade que cobra uma posição frente ao fato, impedido de viver essa experiência e sem um espaço onde possa ser acolhido e escutado.
            É dever do jovem, assumir a paternidade, mas é seu direito de receber apoio, acolhimento e reconhecimento frente aos órgãos de saúde.

sábado, 10 de setembro de 2011

Razões para se pedir uma cesárea

          Chegou até mim hoje o texto que vou postar abaixo, e que achei muito interessante, e digno de uma reflexão, a começar pelo "mãezinha" inicial, propositalmente colocado, mostrando a força da expressão que minimiza a força da mulher que pari. E depois...mostra as futilidades que levam à mulher a escolher (escolher?) uma cesárea. Cesárea se escolhe? Imagine alguem chegando no médico cirurgião com o seguinte discurso: - Doutor, quero pedir para que o senhor me opere e retire a minha vesícula. Sabe como é, minha mãe teve dores horríveis antes de operar, então, eu acho que operando agora eu não corro o risco de sentir dor. O que o médico faria? Fica aqui a reflexão, e segue abaixo o texto, que foi retirado do blog  http://groselhadeuva.blogspot.com.

          Mãezinha, a seguir apresentamos as várias razões para você acreditar cegamente no seu médico cesarista. Acompanhe!
1 – Ele estudou pra isso: Pra te ver como uma doente, quase em estágio terminal, que trás algo super perigoso dentro de si, tipo um câncer em metástase, uma bomba relógio que vai explodir a qualquer momento e que deve ser extraído imediatamente.
2 – Ele sempre te chama de “mãezinha”, “querida”, “flor”: É porque ele nem sabe o seu nome. Ele te vê apenas como um número, um cifrão a mais na sua conta. E o seu bebezinho que está crescendo na sua barriga, como um incômodo impertinente, que não pode atrapalhar sua noite ou seu fim de semana; por isso vamos marcar uma cesárea.
3 – Cesárea é indolor: Quem aqui já viu alguma pessoa gritando durante uma cirurgia? Cirurgias são feitas com anestesia (dãã), por isso você não vai sentir dor DURANTE. Depois... bem, depois é problema seu, porque o horário do médico já acabou. Se vira, mãezinha!
4 – Cesárea é mais simples do que parto normal: Ignore o fato de que é uma cirurgia de médio porte, que corta 7 camadas de tecido (da sua carne), corta o seu útero, e exige mais de 800 pontos para ser fechada. Ignore o fato de que você vai perder quase UM LITRO de sangue nessa brincadeira, e que se precisar de transfusão de sangue, você pode matar uma pessoa acidentada, que precisará realmente do sangue; mas que será dado a você, pois já está toda aberta e estrebuchada, como um peixe na banca.
5 – Parir é muito perigoso: Claro que é perigoso. Tanto que os seres humanos estão em risco de extinção, não é! Na África e em outros países “pobres” quase não existem mais pessoas!
6– Parir vai te deixar larga: Imagina as acrobacias que o coitado do seu avô não tinha que fazer quando a sua avó já tinha parido o oitavo filho... Vai ver que foi aí que nasceu o mito do Tião-pé-de-mesa.
7 – Parir vai te deixar com incontinência urinária: E isso não é algo que ocorre com a idade, mesmo em mulheres que nunca pariram. Largue a mão de ser impertinente! Faça logo uma cesárea.
8 – Parir é coisa de pobre: A verdade é que a Gisele Bündchen estava passando por um período difícil na sua carreira, sem dinheiro, e foi obrigada a parir em casa, coitada! =S
9 – Nós temos UTI Neo-natal aqui: Não precisa se preocupar! Enquanto você estiver sedada, o seu filho estará na UTI, recebendo uma luz fortíssima na cara, injeções mil, terá um tubo grosso enfiado gentilmente em sua garganta, talvez até uns choquinhos do desfibrilador e será manipulado como um pedaço de carne sem importância.
10 – Cesárea é satisfação garantida! Se você se arrepender, romper os pontos, tiver quelóides, dores, não conseguir levantar da cama sem desmaiar, andar encurvada por uma semana; se você não conseguir cuidar do seu filho, se não conseguir amamentá-lo, se tiver depressão pós-parto... sorria! Você estava com as unhas pintadas e chapinha! Não devolvemos sua gravidez de volta.

sábado, 13 de agosto de 2011

Pesquisa Nascer no Brasil

          

          No último dia 11/08, foi apresentada no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UNICAMP, a pesquisa "Nascer no Brasil".
          A Pesquisa realizada em conjunto com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz com auxilio do CNPq e Projeto Inova ENSP tem por objetivo estudar as condições de parto e nascimento no Brasil por meio de um inquérito nacional com 24 mil puérperas em todo o Brasil. Na região de Campinas, conta com a participação de docentes e alunos de pós-graduação do Departamento de Enfermagem da FCM-Unicamp.
          Fiquei orgulhosa e satisfeita, por ter sido convidada a participar da mesa redonda que hove após a apresentação dos aspectos técnicos da pesquisa. Nessa mesa estavam Dra Maria do Carmo Leal. Pesquisadora Titular da Escola Nacional de Saúde Pública, Dra Antonieta Keiko Kakuda Shimo Departamento de Enfermagem FCM-Unicamp, Dra Carmem Simone Grilo Diniz Faculdade de Saúde Pública/USP e eu, representando a Rede "Parto do Princípio". Me foi designado ressaltar a importância da Parto do Princípio e suas ações na conscientização e apoio às mulheres que  desejam um parto mais digno e fazer valer os seus direitos.
           Enfim..torço para o breve encerramento dessa pesquisa. Acredito que muita coisa vai mudar, principalmente na qualidade do atendimento à mulher gestante.Passo a passo, dia a dia, vamos caminhando em busca de partos mais felizes, empoderados e que trazem de volta o protagonismo da mulher.






sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Niver do MadreSer

Amanhã, sábado, 06/08 estaremos comemorando o nosso primeiro aniversário, e estará recheado de palestras e oficinas bem interessantes... Segue o convitinho com a programação. Ainda dá tempo para se inscrever. Vamos comparecer? Maiores informações no nosso site www.madreser.com.br ou pelo email madreser@gmail.com. Espero vocês lá!

sábado, 23 de julho de 2011

50 Motivos para evitar uma cesariana desnecessária



          Os riscos de uma cesariana existem em qualquer cesariana, seja ela necessária ou não. A diferença é que na cesariana necessária esses riscos são menores do que se o parto fosse vaginal.

Riscos da cesariana:

Para o bebê:

   1. Risco de complicações e desconforto respiratório
   2. Demora maior para o leite "descer"
   3. Maior probabilidade de aspiração com cânulas no bebé após o parto (vias aéreas e orais)
   4. Risco de morte 10x maior para o bebê
   5. Grande probabilidade do bebê ficar longe da mãe após nascer
   6. Maior risco de infecção neonatal por aspiração de mecónio
   7. Maior dificuldade no aleitamento
   8. Maior probabilidade de desmame precoce
   9. Lesão do bebê (na hora da cesariana)
  10. Maior risco de morte fetal inexplicável no final da gestação seguinte
  11. Dificuldades de vínculo com a mãe
  12. A mãe pode precisar de analgésicos fortes para aliviar a dor no pós-parto e estes podem passar para o bebê através do leite
  13. Maior risco de internamento do neonato em UTI

Para a mãe:

   1. Risco de ruptura uterina aumentada no próximo parto, caso sejam utilizadas oxitocina artificial no soro e/ou anestesia.
   2. É difícil encontrar um médico que faça partos normais após cesarianas pois são dependentes das drogas citadas acima
   3. Risco de morte 4x maior
   4. Risco de infecção hospitalar
   5. Pós-parto demorado e dolorido.
   6. Depois o desconforto da cirurgia, a dor, a maior dependência de outras pessoas para cuidar do bebé.
   7. Dificuldades para engravidar posteriormente, maior risco de infertilidade posteriormente
   8. Risco de endometriose
   9. Risco de hemorragias, transfusões e morbilidades provocadas por transfusões
  10. Sensibilidade na cicatriz a longo prazo (coceira, dor, sensação de estiramento, etc.)
  11. Dormência na região entre a cicatriz umbilical e corte cirúrgico.
  12. Formação de Aderências
  13. Aumenta as probabilidades do próximo parto ser cesariana
  14. Lesão no intestino (na hora da cesariana)
  15. Maior Risco de trombose doenças correlatas (incluindo embolia)
  16. Risco de acidentes com anestesia
  17. Risco da anestesia não pegar e ter que fazer uma anestesia geral
  18. Maior incidência de Inserção Baixa de Placenta
  19. Maior probabilidade de Acretismo Placentário
  20. Histerectomia (perda do útero) devido ao sangramento
  21. Maior necessidade de transfusão sanguínea
  22. Morte materna devida a hemorragia, consequente a inserção baixa de placenta
  23. Maior risco de atonia uterina
  24. Maior risco de embolia pulmonar
  25. Maior risco de trombose venosa profunda
  26. A próxima gravidez não mais será de baixo risco
  27. Risco de reiteradamente, recuperação por infecção da cicatriz, deiscência de pontos, sangramentos, etc.., com consequente afastamento do bebê
  28. Dificuldades de vínculo com o bebê
  29. Não realização da plenitude da maternidade.
  30. Maior índice de depressão pós-parto

Se a cesariana foi feita antes do trabalho de parto, marcada com antecedência pelo médico, além dos riscos acima podemos adicionar:

   1. Risco de prematuridade do bebê
   2. Um desrespeito monstruoso e uma tremenda violência à mãe e ao bebê
   3. A perda da oportunidade da primeira descoberta de sua própria força e capacidade de luta
   4. A perda da energia que estava sendo guardada para o momento do parto, que gera frustração
   5. A perda da oportunidade de vivenciar uma situação que lhe daria noção de foco, de fazer esforço numa direcção e sentido correcto
   6. Quem convive com essas consequências de uma desnecesaria, aprende as verdades da vida de uma forma muito dolorosa... e demorada.
   7. Segundo os astrólogos (para quem curte o tema), o bebê nasce com uma dualidade na personalidade (situação astrológica natural x situação astrológica forçada)

terça-feira, 19 de julho de 2011

SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO

          Estabelecida desde 1992 pela World Alliance for Breastfeeding Action (WABA), a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que conta com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), tem o objetivo de facilitar e fortalecer a mobilização social para a importância da amamentação. Comemorada entre os dias 1 a 7 de Agosto, já envolve mais de 120 países, considerando-se as iniciativas e esforços globais relacionados com o tema.
          A região de Campinas não poderia estar fora dessa! Os grupos que trabalham com gestantes, nutrizes e mães se reuniram com um mesmo propósito: divulgar e incentivar o aleitamento materno.
          Sendo assim, durante essa semana, termos atividades voltadas ao universo da maternidade, mais precisamente do aleitamento, como palestras, cursos, captação de recipientes para armazenamento do leite materno, informações, panfletagens, carrinhadas, troca de experiências, sorteios de brindes, promoções...enfim, tem prá escolher.

          Os agradecimentos vão para:
         Grupos: MadreSer, SerMãe, Vínculo, Samaúma; Lua Nova e Cinematerna  
         Convidados: Viviane Moraes; Wandy Casalecchi; Rosangele Prado; Fabiana Assad 
        Apoiadores: Academia SpassoVida; Instituto Dentale - TopDent; Cacá  Dominiquinil Lê Papinhas,  Animafest; Saraiva MegaStore; Portal www.gravidaemcampinas.com.br; Petit Papillon.

Para quem quiser colaborar doando recipientes de vidro com tampa plástica para o armazenamento de leite materno, os postos para a entrega são:
InstitutoDentale- TopDent:- Rua Joaquim Novaes, 116 - Cambuí Campinas www.institutodentale.com.br

Loja Petit Papillon: - R. Antônio Lapa, 525 - Cambuí - Campinas/SP
www.petitpapillon.com.br

Academia SpassoVida:- Rua Francisco Otaviano, 213 - Jd. Chapadão
www.academiaspassovida.com.br
Segue abaixo a programação do evento, lembrando que é preciso se inscrever pois as vagas são limitadas.
Vale a pena participar!

CLIQUE NA IMAGEM PARA UMA MELHOR VISUALIZAÇÃO


          

         

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Encontro de gestantes Gratuito em Americana- SP

Estou aqui divulgando um encontro de gestantes que acontecerá no dia 16/07 as 14:30 na Gravidinha Moda gestante, aqui em Americana. Eu e Renata Olah, iremos conversar um pouco sobre parto humanizado, cesárea, escolhas informadas, e muito mais sobre esse universo maravilhoso que é o nascimento. Vale a pena se inscrever e participar.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Planeta Extremo e Parto

Compartilho com vocês um texto escrito pela minha amiga e parceira Renata Olah que me emocionou bastante, e que faz uma comparação bem prática do parto com um grande desafio. Vamos lá.

Planeta Extremo e Parto



          Vocês assistiram o Fantástico do último domingo?? Estreiou uma série chamada Planeta Extremo, que mostrará o reporter Clayton Conservani por quatro desafios extremos ao redor do mundo. O primeiro episódio foi de uma maratona na Antártica, sob condições climáticas intensas ( tempestades de neve e temperaturas de - 30 graus!! Ui!!).
          E o que essa série tem a ver com esse blog?? Talvez a primeira vista não tenha a ver mesmo... Mas assistindo ao quadro, me vinha só uma idéia a mente: "isso é igual trabalho de parto!!"..
          Explico, já fazendo uma relação com o tema central deste blog: para conseguir completar a maratona, Clayton Conservani começou a se preparar para o desafio físico e emocional que logo mais enfrentaria. Foram quatro meses de preparo intenso, junto de Bernardo Fonseca (também competidor dessa maratona). Corrida de longa distância, pilates, yoga, musculação, ciclismo e até treino dentro de um frigorífico!!! (a preparação física e emocional é muito importante, para que a mulher esteja informada, tranquila e forte  para enfrentar o longo caminho que é o trabalho de parto!).
          E então, chegou o dia de partir para a Antártica. A primeira vista, o ambiente assusta. Local inóspito, desconhecido (O hospital também é assim. Surgem dúvidas como "Que ambiente é esse? Quem são essas pessoas? O que vai acontecer daqui pra frente?") Mas não tem jeito. Já estavam lá.. e o desafio estava só começando. E a maratona começa... Clayton está protegido do frio, e encontra seu próprio ritmo para correr os 42km de maratona... (Durtante o TP é muito importante a mulher também encontrar seu próprio ritmo! Não adianta ela fazer o que mandam. Quem está correndo a maratona é ela... e por isso, é ela quem deve dar ritmo ao seu corpo). Os primeiros 20km foram bem.. Algumas pausas foram feitas, para ele se hidratar e se aquecer, e então continuar sua aventura... (O começo é sempre mais leve, devagar e mesmo assim necessita de alimentação, hidratação, pois não sabemos quanto tempo durará essa corrida..) porém, o caminho começou a pesar. O vento frio, a temperatura, as bolhas nos pés, as dores... muitas dores!!!! (Depois da fase ativa, o corpo sente muito o trabalho de parto... dói, é intenso, sim!!). Também sente um desconforto grande. Ao correr, sente que uma unha do pé está para cair (e é comum durante o trabalho de parto, a mulher sentir alguns desconfortos...como pressão em períneo pelo fato da descida do bebê, e também dor na pelve, que se abre sutilmente para dar passagem ao feto).
          Em certo momento, quase chegando ao fim, Clayton desabafa... Diz que vai continuar, na raça por um objetivo maior: sua filha Gabi, que ficou no Brasil. Ele chora, se emociona e mesmo naquelas condições desfavoráveis, aguenta firme... (esse momento me lembrou a "fase de transição"... bate o desespero, a necessidade de se apegar a um bem maior, algo que acolha aquela mulher que decidiu passar por tudo aquilo, mas que ao mesmo tempo dê forças pra que ela não desista).. 
          Se entregou, decidiu vencer seus limites e mais alguns quilometros pela frente, ele passou pela linha de chegada. Sétimo lugar. Que vitória!!! Ele conseguiuuuuu!!!! (E a mulher que consegue, também se sente muito vitoriosa, a própria mulher Maravilha!)
          Mas não acabou.. logo Clayton começa a passar mal, vomita e vai verificar o que aconteceu com sua unha.. percebe que apareceu um grande hematoma, mas que tudo ficará bem! (E após o parto, é comum que a mulher trema, se sinta enjoada, e tenha alguns "machucados" provenientes da corrida: laceração perineal, episiotomia, etc)... E então, ele termina sua aventura, com sensação de missão cumprida e uma necessária noite de sono. E eu acho aquilo o máximo!!!! Lembro que comentei com as pessoas que estavam na sala comigo "nosssaa, queria ter essa coragem!!!!".. e me disseram: "o cara é louco!! pra quê isso?".... Para quê??? Para sentir que pode!! Para superar seus medos, limites, para se transformar, transmutar! Para se sentir viva, forte! (e não é também por isso que algumas de nós queremos parir????). Qual o problema de sentir dor, se há um objetivo tão maior e intenso por trás de tudo isso??? Qual o problema de querer passar por uma experiência intensa, dolorosa, forte??? 
          Pra mim o problema está em não querer vivenciar, não querer se sentir viva, forte, não querer se transformar, superar medos e limites...

          Mas voltando ao Clayton, qual foi a sua opinião sobre tudo o que ele passou? "Faria tudo novamente!!" 
          E o que aprendeu com tudo isso?? "A maior lição está em acreditar que sempre é possível fazer melhor, ir mais longe. Se queremos algo diferenciado temos que ousar".

          Então, isso significa que o esforço vale a pena? Com certeza sim! 

          E termino esse post com uma frase dita pelo Bernardo Fonseca, que me marcou muito e que certamente falarei para minhas gestantes daqui pra frente:

"O sofrimento é passageiro, desistir é para sempre"

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Encontro MadreSer essa semana! - 30/06

O MadreSer está cheio de novidades amanhã! Vamos comparecer e apoiar!
 Maiores informações no site www.madreser.com.br

terça-feira, 21 de junho de 2011

Massagem Shantala - para bebês


Gravação realizada por Frédérick Leboyer no dia em que fotografou Shantala massageando seu bebê Gopal.
 www.cursoshantala.com.br


Massagem Shantala

A IMPORTANCIA DO TOCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E NA RELAÇÃO MÃE – BEBE

“Nos bebês, a pele transcende a tudo. É ela o primeiro sentido. É ela que sabe... Ah, sim, é preciso dar atenção a pele, nutri-la com amor...” F. Leboyer 

          Que os bebês não falam já sabemos, vai demorar um pouco para que a comunicação com eles se torne verbal, no entanto, hoje sabemos que antes de “vir à luz”, ele já percebe a claridade, escura, fica acordado, dorme, sonha e tem sensações; e se tem sensações há comunicação, então, porque não estabelecer comunicação através do toque.
          O contato entre mãe e filho desde o inicio da gravidez fortalece a relação. Quanto mais forte for o vínculo, mais seguro o filho será, soltando-se mais no mundo, lidará melhor com suas próprias dificuldades.
          Durante toda a gravidez o bebê acompanha todos os movimentos da mãe – andar, dançar, brigar, gritar, etc., os momentos bons e ruins são sempre acompanhados pela criança desde o encontro entre óvulo e espermatozóide ( considerando que para algumas pessoas a vida já começa nesse primeiro encontro), portanto solidão não existe, a vida é pleno movimento, é estar aqui e ali.

“Nutrir a criança
Sim.
Mas não só com leite.
É preciso pagá-la no colo.
É preciso acaricia-la, embala-la.
É preciso massageá-la.



          A pele do bebê é seu primeiro órgão dos sentidos, é seu contato com o mundo, é a sensação, é a comunicação. A pele transcende a tudo, por isso é preciso toca-la, é preciso alimenta-la para que atravesse a solidão dos primeiros meses de vida, não basta o leite, sem o toque, sem o carinho, mesmo com muito leite, ele poderá morrer de fome, de abandono, ela poderá definhar.
          “É por meio do contato corporal com a mãe, que a criança faz seu primeiro contato com o mundo, através deste, passa a participar de uma nova dimensão da experiência, a do mundo do outro. É este contato
corporal com o outro que fornece a fonte essencial de conforto, segurança, calor e crescente aptidão para
novas experiências..., é preciso tocar”. (Montagu).
          A criança privada de toque (sensação tátil), mais tarde poderá vir a ser um indivíduo desajustado nas suas relações com o outro, tanto física quanto psíquica. Lidar com o mundo, com situações boas ou ruins, requer recurso interno e talvez a forma mais adequada é iniciar a relação com o mundo através do toque.
          Tocar é troca entre mãe e filho, os benefícios são mútuos – É dando que se recebe.
          A ansiedade materna é diminuída, contribuindo dessa forma com o desenvolvimento tranqüilo do filho.
          Tocar também é saúde.
          Em países com Nigéria, Uganda e Índia, a massagem é prática diária e milenar, passada de mãe para filha.
         Na Rússia, cientistas chegaram à conclusão de que a massagem traz ao bebê um maior desenvolvimento do sistema nervoso central e conseqüentemente do potencial motor existente, portanto a massagem – o toque, prepara a criança para aquisição de algumas habilidades motoras que lhe darão a condição de engatinhar, isto porque a massagem fortalecerá determinados músculos destinados ao movimento de andar. A massagem é usada também em fisioterapia com grande sucesso.

Funções da pele:
          Tecida de uma variedade de células resistentes e robustas, a pele protege os tecidos macios e moles do interior do corpo. Como as fronteiras de uma civilização, a pele é um local em que se travam escaramuças, e em que invasores encontram a resistência, aí se localiza nossa primeira e última linha de defesa.
- Base de receptores sensoriais, localização do mais delicado de todos os sentidos – o TATO;
- Fonte organizadora e processadora de informações;
- Mediador de sensações;
- Barreira entre organismo e ambiente externo;
- Fonte imunológica de hormônios para diferenciação de células protetoras;
- Barreira contra materiais tóxicos e organismos estranhos;
- Reguladora de temperatura;
- Autopurificadora, etc.
          Os bebês tocados e massageados têm como benefícios:

Psíquicos:
- Fortalecimento do vínculo;
- Integração Psicofísica (corpo-mente);
- Delimita espaço interno (limites do EU);
- Auto conhecimento;
- Realidade objetiva ( o outro)
- Mais afetividade;
- Melhora ansiedade;
- Ausência de solidão;
- Livre fluxo de energia
.
Físicos:
- Maior agilidade e flexibilidade do corpo;
- A pele é tonificada e reforçada;
- A capacidade de percepção tátil é aumentada e o tônus revigorado
- A digestão e circulação são melhoradas;
- As cólicas poderão ser eliminadas;
- O crescimento do bebê é estimulado;
- O sono é mais tranqüilo;
- Menos choro;
- Melhora o desenvolvimento motor;
- Mães mais tranquilas – A massagem é um momento de troca entre mãe e filho.
          Bebês agitados e com certas dificuldades motoras podem ser beneficiados com o toque.          
          Hoje, em países como Estados Unidos e Austrália a massagem – toque vem sendo muito praticada em
maternidades e hospitais, com resultados positivos.
          
          O tocar – massagem também beneficiam casos especiais:
- Bebês com deficiência visual ou auditiva – através do toque percebe a si mesmo (reconhecendo o 
EU-TU ), sentindo-se mais valorizado e amado,portanto: seguro.
- Bebês adotados – aproximação e segurança nesse novo momento, pais e filhos precisam estabelecer vínculo.
- Bebês que choram muito quando é pego no colo.
- Desmame repentino.
- Desmame difícil.
- Durante a dentição.
- Bebês que ficaram internados por longos períodos, inclusive bebês prematuros são beneficiados com o contato corporal com a mãe, ganhando peso em menos tempo.
          Hoje, com a psicossomática acredita-se que muitas doenças são desencadeadas também pelo fator
psicológico, isto é, a doença vem de dentro pra fora – mente –corpo; aqui, com o tocar faremos o caminho
contrário corpo-mente, tratamos o corpo e a mente será beneficiada.

“Desde os primeiros dias de vida,
Não muito tempo depois daquela primeira vez
Em que, ainda bebê, na interação do toque,
Mantinha silenciosos diálogos com o coração de minha mãe,
Tentei mostrar os meios
Pelos quais esta sensibilidade infantil,
Inalienável direito de nascimento de nosso ser,
Em mim era
Magnificada e mantida.”
William Wordsworth

Passos da Massagem

Frente:
1 – Peito - massagear para fora com as duas mãos, coloque mão direita sobre o quadril (esquerdo) e vá deslizando até o ombro direito. Repetir do outro lado.
2 – Braço – Segurar com uma mão o braço e deslizar do ombro ao pulso com a outra, agora deslizar com as duas mãos, fazer movimentos de torção suave com as duas mãos ( somente a sua mão gira, o braço não será movimentado). Massagear o pulso com as duas mãos. Repetir do outro lado.
3 – Mãos – Massagear com o seu polegar a palma da mão até a ponta dos dedos. Repetir do outro lado.
4 – Barriga – Faça pressão com as mãos (alternadamente como uma onda), segure os pés do bebê um pouco elevados e massageie a barriga com o antebraço ( como se estivesse abrindo massa).
5 – Pernas – Segure a perna com uma mão e deslize com a outra até o tornozelo,massageie o tornozelo, agora faça movimentos de torção ( como foi feito nos braços). Repetir do outro lado.
6 – Pés – Com o polegar massagei a planta do pé, do calcanhar até a ponta dos dedos. Repetir do outro lado.
Costas:
1 – Massageie as costas do bebê como um vai e vem alternado – da nuca até as nádegas e das nádegas até a nuca.
2 – Com a mão direita sustente as nádegas e a outra desliza da nuca até as nádegas.
3 – Com a mão direita segure os pés esticando as pernas e deixando-as ligeiramente elevadas e com a mão esquerda deslize da nuca até os calcanhares.
Rosto:
1 – Olhos – contorne os olhos com as pontas dos dedos partindo do centro da testa para as laterais.
2 – Nariz – Com os polegares massageie as laterais do nariz até as narinas.
3 – Rosto todo – Com os polegares, feche suavemente os olhos do bebê e parta do centro da sobrancelha, passando pelos olhos, lateral das narinas, contornando a boca, acompanhando o maxilar até as orelhas.
Final:
1 – Braços – Segure as mãos do bebê e cruze os bracinhos sobre o peito, abrindo e fechando alternando a posição dos braços.
2 – Pernas – Segure ao mesmo tempo pé direito e mão esquerda do bebê, cruze de forma que mão e pé se cruzem ( sem colocar força) . Faça o mesmo movimento do outro lado ( pé esquerdo e mão direita).
3 - Perninha de Buda – Segure os dois pés e cruze as perninhas abrindo e fechando, alternando as posições.

Texto retirado do site www.portugaliza.net

terça-feira, 14 de junho de 2011

Homem também sofre de Depressão Pós parto - Entenda o problema

HELOÍSA NORONHA
Colaboração para o UOL


           Por mais que a chegada de uma criança traga felicidade, a vida de qualquer casal sofre uma avalanche de mudanças –em especial aos pais de primeira viagem. O bebê que acaba de chegar requer atenção, energia, afeto e cuidados específicos o tempo todo. Ao fim do dia pai e mãe estão exaustos -e ainda terão uma madrugada de mamadas que os espera. Como nessa fase a ligação entre a mãe e o bebê é mais forte do que nunca, é natural que o homem, em algum momento, sinta-se excluído, mesmo que nem se dê conta disso.

           Para alguns, a compreensão do instinto materno e a certeza de que a fase caótica é passageira ajudam a enfrentar o surgimento desse novo núcleo: a família. Outros têm um pouco mais de dificuldade. Até sentem um pouquinho de ciúme do filho e saudade da antiga silhueta da mulher, mas passa logo. Porém, há recém-papais que se irritam o tempo todo –e sentem-se culpados por isso, já que deveriam esbanjar felicidade. Começam a sentir um cansaço extremo e um pessimismo inexplicável, além de desânimo em relação a qualquer atividade do dia a dia. É a (ainda) pouco falada depressão pós-parto masculina dando as caras.

           De acordo com a mestre em psicologia Dorit Verea, diretora da Clínica Prisma – Centro de Tratamento Intensivo para Transtornos Emocionais, de São Paulo, a depressão pós-parto sempre foi estudada como um transtorno unicamente feminino, por questões prioritariamente biológicas. “Porém, as influências psicológicas e sociais que acometem as mães também podem acometer o pai. A doença é caracterizada por uma tristeza profunda que pode aparecer nos três primeiros meses pós-parto e é mais comum em pais de primeira viagem”, explica.

           Em um momento em que todas as atenções estão voltadas à criança –e à mãe, em segundo lugar– o homem acaba negligenciado, assim como são subestimadas as suas emoções. No entanto, a doença merece atenção, pois, quanto antes for diagnosticada, mais rapidamente será curada (veja os sintomas na tabela abaixo). Em alguns casos, a essa depressão provoca pensamentos mórbidos ou suicidas e até mesmo o abandono do lar, pela dificuldade de lidar com a situação.

Sobre a depressão pós-parto masculina

  

As causas: 

          A depressão pós-parto masculina pode ser o reflexo de um medo silenciado de não conseguir cuidar da família (principalmente financeiramente); do futuro; da mulher não voltar à forma física ou não lhe dar mais atenção... “Essa fase suscita várias perguntas na cabeça dos homens: será que vou ser um bom pai? Como educar meu filho? Será que ele gostará de mim? Esse tipo de preocupação pode dar um empurrãozinho para o estresse e a ansiedade, somados a inseguranças, medos... Quando tudo isso foge ao controle, a depressão pode entrar em cena”, avisa a psicóloga  Dorit Verea.

          É importante ressaltar que existem situações que predispõem ao problema. “Nos casais em que a mulher é acometida da depressão pós-parto, seja o estado psicótico seja o estado depressivo, existe maior chance de o homem reagir com o mesmo problema”, afirma o psicólogo e terapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Martins Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex), que completa: “Quem já teve fases ou períodos depressivos anteriores, terá mais chances de reagir depressivamente nesta fase.”

Peça ajuda:

          A conversa com amigos e parentes é útil. Por outro lado, cuidado. "Há momentos em que cada um dá um palpite, o que pode piorar a situação. Apenas escute as experiências e converse sobre os seus sentimentos com alguém que vai saber ouvi-lo”, sugere a psicóloga e consultora motivacional Roseana Ribeiro, do Rio de Janeiro.

           “Filho é para sempre e a sensação inicial é que nunca mais a preocupação vai lhe deixar em paz. Nada melhor do que o tempo para ajudar a entender que não é bem assim”, pondera. Em suma, dividir os sentimentos é positivo, mas se notar que é necessário mais do que um ombro amigo para conversar, não exite em procurar ajuda profissional.

           "O importante é não permitir que os sintomas persistam. Todo tratamento é mais fácil e rápido no começo”, ressalta Roseana. Uma psicoterapia direcional e de breve período, com duas consultas semanais, é o ideal. O uso de medicação depende das características individuais e psiquiátricas de cada paciente, assim como a duração do tratamento.

O papel dela: 

          Em geral, a mulher pode ajudar –e muito– o seu parceiro que não está bem mantendo o alto-astral e mostrando (com exemplos) ao marido que ele requer auxílio especializado. Porém, como os afazeres com o bebê ocupam boa parte de seu tempo, nem sempre a mulher nota o que está acontecendo, por mais sensível que seja.

           Amigos e parentes são fundamentais nessa hora, principalmente mantendo as antenas bem ligadas para apatia, desleixo (barba por fazer e roupas sujas, por exemplo) e dificuldade com atividades do cotidiano. Mas dividir o problema com a mulher é bom. Mesmo que ela não tenha notado, não significa que não se importe. Exponha seus sentimentos.

Autoconhecimento: 

          Como não é possível, ainda, desprezar a possibilidade de a depressão pós-parto atingir homens com conflitos mal resolvidos relacionados com a companheira e consigo como filho de seu próprio pai, a psicóloga Dorit Verea aconselha aproveitar esse momento complexo para se conhecer melhor.

           "Quando estamos numa crise, estamos mais abertos para mudanças. É uma grande oportunidade de resolver conflitos antigos que podem estar atrapalhando a vida da pessoa há anos”, destaca. “Como prevenção, aconselho os candidatos a papai a acompanhar, ao lado da mulher, cada etapa da gravidez. É na rotina de exames, nas conversas com médicos e com outros pais que eles, sem perceber, vão se preparar para o que vem pela frente.”

Depoimento de quem viveu:
          Foi sem avisar que a depressão pós-parto masculina apareceu na casa do empresário carioca Matheus Maggiori, de 31 anos. “Eu queria estar feliz. Na verdade, estava feliz, porque sempre sonhei em ser pai, mas tinha dificuldade em demonstrar, em lidar com as noites mal-dormidas, com o choro do meu filho, com as dores da minha mulher... Só pensava em sumir, em ter de volta a vida de antes”, confessa.

           Para o empresário Matheus, foi uma conversa franca com o melhor amigo do trabalho que lhe abriu os olhos. “Ele me disse que eu deveria ir ao médico, pois estava me achando inquieto, nervoso, desatento. Abri o jogo com minha mulher e ela me incentivou a buscar ajuda. Hoje estou curado e curtindo muito as brincadeiras com meu filho tem quatro anos”, salienta.
 

SINAIS DE ALERTA
Procure ajuda médica se mais de três dos sintomas abaixo perdurarem por duas semanas:

Falta de apetite Distúrbios do sono
Crises de choro Falta de atenção
Lapsos curtos de memória Angústia por sentir-se inseguro como pai
Ansiedade e nervosismo Perda da libido
Luto pela perda da liberdade Falta de interesse (ou prazer) pelas atividades cotidianas
Pensamentos mórbidos ou suicidas Impaciência, irritabilidade e mudanças bruscas de humor
Dores de cabeça, distúrbios digestivos e dores crônicas Aumentar o ritmo de atividades com a finalidade inconsciente de escapar da vida doméstica

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Os quatro grandes mitos da dilatação no parto

Segue abaixo um texto em espanhol, mas bem tranquilo de se entender. Vale a pena como complemento de conhecimento. Esse texto eu tirei do Blog Bebe a go go. Muito interessante.

       Lo que no sabes sobre el cuello del útero puede arruinarte el parto.

Traducción de Marina Romanos para el blog de bebé a go-go del artículo original publicado en birthologie.com

¿Qué es?  ¿Dónde está?

          La mayoría de las mujeres no tienen ni idea de qué es el cuello del útero (cérvix), dónde está, su función o tan siquiera su apariencia. El cérvix está aquí:

          Y así es como se ve desde abajo, parecido a un glande:

          La primera vez que oí sobre anatomía reproductiva básica estaba embarazada de mi primer hijo, y lo único que realmente aprendí sobre el cérvix es que está en la parte inferior de mi útero (me lo imaginaba como la apertura de un globo y mi útero era el globo que se iba a expander), y que se tenía que dilatar de 0 a 10 centímetros en el parto. También tenía que hacerse menos espeso (borrarse) y pasar de una consistencia parecida a la punta de mi nariz a la de la capa de piel que hay entre los dedos índice y pulgar, como derritiéndose. Y que durante el parto era necesario que comprobaran regularmente el cuello uterino para comprobar que la dilatación progresaba.
          Pero eso fue todo. Fue en mi formación como educadora prenatal y doula cuando descubrí más cosas sobre el cérvix. Cosas que cambiaron para siempre mi enfoque  del acompañamiento a mujeres durante el parto.

            Mito sobre el cérvix número 1 : 10 es el número mágico.

           No, no lo es. ¿Sabías que se puede dilatar más de 10 centímetros? ¿Qué?  ¿Ahora todas tenemos que dilatar tanto? Suena espeluznante! Es espeluznante ¿verdad?
En realidad no. Al menos no más espeluznante que dilatar hasta 10. Dilaté bastante más de 10 centímetros en mi último parto, y la cabeza de mi bebé midió 14,75 cm.  Eso es, dilaté hasta casi los 15 cm. Y además sobreviví. Y además no me dolió más que en mis otros partos en los que dilaté sólo 10. Así que, sólo porque estés dilatada de 10 centímetros no significa necesariamente que estés preparada para empujar. Si no sientes el impulso de empujar a los 10 cm y se te ordena que lo hagas, forzarás el cérvix a abrirse “en contra de su voluntad” y resultará dañado. Si tienes una epidural previa y no sientes este impulso, el riesgo de daños es todavía mayor.

Mito sobre el cérvix número 2. El cuello del útero dilata en una forma perfecta de círculo.

          El cuello uterino no dilata como un círculo como se dibuja en las imágenes que enseñan la dilatación. En realidad se abre como la elipse dibujada más abajo.


Source:   MidwifeThinking.com
“Se abre desde atrás hacia delante como una elipse. La apertura se encuentra enclavada en la parte trasera de la vagina y durante el inicio de la dilatación se abre hacia delante. En algún punto del proceso casi todas las mujeres tienen un reborde anterior (que significa que la parte superior del cérvix no está totalmente dilatado) porque es la última parte que sube sobre la cabeza del bebé. Que este reborde se detecte o no depende de si se realiza o cuando se realice un tacto vaginal. Un borde posterior es muy extraño porque esa parte del cérvix desaparece antes, o porque es difícil alcanzarla con los dedos.

Mito sobre el cérvix número 3. Los tactos vaginales no dañan el cérvix ni dificultan la dilatación.

La matrona Carla Hartley en Ancient Art Midwifery lo explica así:
“El cérvix no debería ser tocado, se produce una respuesta inflamatoria al material extraño (los guantes) y a la presión, y una respuesta hormonal. Al cuerpo puede resultarle confuso que, mientras intenta vaciar el útero, se de una interferencia desde el cuello del útero al ser tocado y manipulado de una manera extraña para él. LOS TACTOS VAGINALES NO SON FISIOLÓGICOS Y SUPONEN UNA INTERRUPCIÓN AL PROCESO NATURAL DEL PARTO.
Y sobre pujar… NO LO HAGAS… tu cuerpo sabe como expulsar un bebé sin tu ayuda, es un reflejo. Ni siquiera esperes tener ganas, sólo espera una sensación de tu cuerpo tomando el control absolutamente, sacando al bebé como está DISEÑADO para hacer.
Habló mucho sobre el abuso verbal y digital en el parto, y los tactos vaginales son un ejemplo de abuso digital.
Las matronas (y los obstetras y enfermeras) que piensan que los tactos vaginales son buenos o necesarios no tienen la formación suficiente o no están actualizados con los conocimientos científicos que prueban que el parto es más seguro si se deja tranquilo sin intervenir. La manera más segura de actuar una matrona es con las manos fuera y la boca cerrada.”

Mito sobre el cérvis número 4. Tu cuello uterino es diferente y está aislado de otras partes del cuerpo.

          Ina May Gaskin, la madre de la matronería moderna ha acuñado un término llamado “la ley del esfínter”. Esta ley declara:
          Los esfínteres (incluyendo el anal, cervical y vaginal) son los responsables de traer a tu bebé al mundo. Si los esfínteres están apretados, el parto no progresará y habrá más dolor.
¿Qué es exáctamente la ley del esfínter de Ina May?
1.  El esfínter anal, el cervical (el cuello del útero) y el vaginal funcionan mejor en una atmósfera de intimidad y privacidad. Por ejemplo, un baño con pestillo o un dormitorio donde las interrupciones son improbables o imposibles.
2.  Estos esfínteres no se pueden abrir a la fuerza ni responden bien a órdenes de pujar o relajar.
3.  Cuando el esfínter está en proceso de apertura, se puede cerrar repentinamente si la persona se enfada, asusta, es humillada o consciente de sí misma. ¿Por qué? Los niveles altos de adrenalina en el torrente sanguíneo no favorecen (y muchas veces impiden) la apertura de esfínteres. Estos factores inhibidores son una razón importante por la cual las mujeres en las sociedades tradicionales normalmente escogen otras mujeres, excepto en circunstancias extraordinarias, para acuompañarlas y atenderlas durante la dilatación y el parto.
4. El estado de relajación de la boca y la mandíbula está directamente relacionado a la habilidad del cérvix, la vagina y el ano para abrirse completamente.

Insisto, y en otras palabras:
Boca abierta = Cérvix abierto
Garganta abierta = Vagina abierta

          Es casi imposible parir con eficacia con los labios apretados y la garganta cerrada. Puedes intentarlo ahora mismo… cuando relajas la mandíbula, abres la boca y la garganta, las nalgas se relajan automáticamente y te undes en la silla. Ina May habla de los beneficios de los besos, y de mantener la boca y los labios sueltos y abiertos. Besar también provoca la segregación de oxitocina y otras hormonas del amor que elevan la tolerancia al dolor y aceleran el parto.