quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sexualidade e gravidez.

            O sexo sempre foi um assunto discutido com muita resistência, e sempre causou muita polêmica, principalmente em se tratando de um período tão sagrado como a gestação...É aí que surge o conflito entre o sagrado e o profano....e junto como conflito surgem dúvidas e mais dúvidas....pois é..o sexo, sempre o sexo!!!
             Sexo é bom, é natural, é saudável, faz bem para o casal, e mais ainda.....faz bem para o bebê!

Bem diferente de algumas décadas atrás, o homem tem participado mais ativamente do processo gestacional e de parto. A freqüência masculina nas clínicas obstétricas cresceu consideravelmente, pelo acompanhamento de esposas e namoradas grávidas. Conclui-se então, que a gestação é uma etapa não só da vida da mulher, mas sim do casal envolvido.
Sendo assim, não podemos deixar de lado, o que vem e virá por trás de tudo isso, no que diz respeito ao relacionamento, à sexualidade do casal grávido.
Homens e mulheres passam por diversas modificações e adaptações físicas, emocionais, familiares e sociais no decorrer da gestação, havendo inclusive casos de alterações no próprio homem como aumento de peso, desconforto, insegurança depressão, ansiedade, e até mesmo intolerância gástrica. (Couvade).
Porém, na mulher, os efeitos de uma gravidez tendem a ser mais contundentes,  pois além de envolver diversas questões existenciais, há uma certa revolução hormonal, e profundas modificações em todo o seu esquema corporal.
Aparece o conflito entre a mistura de papéis: o de amante, de esposa, de mulher e de mãe, gerando instabilidade emocional, e comprometendo seriamente a libido, pois a mulher pode não se sentir atraente, ou feminina, diminuindo assim a auto-estima. Quando rebaixada, a auto-estima se manifesta por extrema insegurança, dando um certo descrédito com relação aos sentimentos do parceiro.
Portanto, a maneira como a mulher se percebe, e percebe a atração do parceiro, se amada e desejada, irá influir decisivamente em sua auto-estima, em sua afetividade, e conseqüentemente em sua sexualidade.
No caso de relações em desequilíbrio, a gravidez pode se tornar uma ameaça, devido a conflitos decorrentes do medo da perda de individualidade, da divisão do amor pelo parceiro e pelo filho, insegurança com relação ao corpo, condições do bebê, estado depressivo decorrente da baixa auto-estima, e muitos outros. Aos poucos, o casal vai se afastando por falta de diálogo e compreensão.
Vale ressaltar, que nem todos os casais vivenciam esse tipo de problema. A intensidade com a qual ele aparece vai depender muito da qualidade do relacionamento entre o casal.
Para o homem, as tensões e responsabilidades sobre o futuro não exercem tanta influência sobre a sua performance sexual. Dependendo de suas preferências, as alterações estéticas corporais da mulher são mais significativas, e podem servir como barreira ao estímulo de sua libido.
O desejo sexual varia muito durante a gravidez. Vale lembrar que isso não é uma regra, e pode ser diferente entre várias mulheres ou numa mesma mulher em gestações diferentes.
No primeiro trimestre de gestação, a tendência é a de diminuição do desejo sexual da mulher. A emoção da realização do desejo de ser mãe encobre todos os outros desejos, voltando-se assim para o preparo do enxoval, os cuidados como corpo, e outras preocupações características da gestação. As fantasias sobre o aborto aparecem, e alguns desconfortos decorrentes dessa fase, como enjôos, náuseas e sonolência também contribuem para um certo afastamento do sexo.
Pode acontecer também, para ambos, o surgimento do conflito da mulher-esposa-amante X mulher-esposa-mãe, causando uma certa confusão de papéis e como conseqüência um certo bloqueio sexual.
A partir do segundo trimestre, a tendência do desejo sexual é a de voltar ao normal, podendo muitas vezes até ser aumentado.
Devido ao aumento do fluxo sangüíneo, as secreções vaginais são muito profusas. Portanto, a gestante geralmente torna-se pronta para a penetração muito mais cedo do que o usual. A mulher, desta forma, pode passar a achar o sexo bem mais excitante e satisfatório que antes de engravidar. Muitas mulheres confessam ter atingido o orgasmo pela primeira vez nessa fase, ou até mesmo ter conseguido orgasmos múltiplos.
Para o homem, pode haver seu primeiro impacto com relação ao corpo da mulher, pois é nessa fase que as alterações físicas tornam-se mais perceptíveis.
O terceiro e último trimestre é cercado de dificuldades: algumas advindas do crescimento da barriga, tais como posição satisfatória para o sexo e o aumento da freqüência urinária. Outras, de caráter mais emocional, pois é nessa fase que os movimentos fetais são mais fortes e mais facilmente percebidos pelo parceiro, causando assim a sensação de o casal estar sendo espionado por uma terceira pessoa. Alguns homens temem “machucar” o bebê. Há o retorno do receio de aborto ou do parto prematuro.
 Sendo assim, alguns casais se abstêm totalmente das relações sexuais, e outros diminuem consideravelmente. Essa fase normalmente coincide com uma fase de intensa queda na auto-estima, devido às alterações corporais, preocupação excessiva com o parto, diminuição do interesse do parceiro, etc.
As opiniões dos obstetras nessa fase são um pouco contraditórias. No último mês, alguns recomendam total abstinência. Outros deixam essa questão livre, muitas vezes até incentivando a prática sexual, ajudando na diminuição da ansiedade da mulher. Porém, concordam sempre na suspensão do sexo caso haja algum risco obstétrico, como descolamento placentário, risco de parto prematuro, entre outros.
Para concluir, podemos dizer que: maternidade e libido caminham juntos. Portanto, é sempre bom lembrar, que uma não anula a outra.
Quando a gravidez não é de risco (fato esse ressaltado pelo médico durante o pré-natal), faz bem manter relações sexuais. O sexo aumenta a cumplicidade do casal, alivia tensões, relaxa e, acima de tudo, dá um enorme prazer. Além disso, o sexo exercita os músculos pélvicos, mantendo-os firmes e flexíveis para o parto.
O que pode atrapalhar, como foi dito anteriormente, é o crescimento da barriga e a falta de posições para o sexo. Porém, lembre-se sempre que sexo não se restringe apenas à penetração. Há outras práticas que podem ser muito prazerosas, e quem vive bem com a sexualidade durante a gravidez só tem a ganhar!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Preparação para o parto, precisa???





Como trabalho preparando casais e mulheres para o parto, achei interessante esse artigo da Vera Iaconelli (Doula, Psicóloga, Mestre em Psicologia pela USP, Psicoterapeuta Corporal. Atualmente é Coordenadora do Instituto Gerar de Psicologia Perinatal, onde desenvolve pesquisa em Psicologia Perinatal e coordena a Clínica Social para gestantes e mãe de bebês.), que responde bem essa pergunta.

O parto é um evento orgânico que qualquer animal pode realizar sem conhecimento prévio, então, para que se preparar? Seria uma boa questão se nós fôssemos apenas animais e não seres humanos. Existe uma parte de nosso cérebro, a parte mais primitiva, que faz com que sejamos completamente aptos a exercer a função capaz de realizar estas funções. No entanto, o homem adquiriu a capacidade de pensar e, aliada a esta, adquiriu a fala e toda construção cultural. A cultura se encarregou de transmitir, de mãe para filha, todo o conhecimento e sabedoria acumulados durante milhares de anos sobre a gestação e o parto. A ciência, por sua vez, contribui para ajudar os casos em que nem tudo dava certo de forma espontânea, bem como conhecendo as questões básicas de higiene e cuidados, muitas vidas têm sido salvas em situações desfavoráveis. No entanto, com as informações e intervenções médicas, a sabedoria popular foi perdendo seu crédito, e tudo o que prezávamos relacionado ao parto natural passou a ser relevado a último plano. Esta perda do conhecimento empírico e a excessiva confiança na ciência levaram a um desequilíbrio no uso do conhecimento sobre a gestação, parto e puerpério. Parece que nós jogamos “o bebê com a água do banho”, como se diz. Atualmente, a tendência mundial é de busca de um diálogo entre estes dois conhecimentos e, principalmente, de um respeito à individualidade da experiência de cada gestante e de cada bebê. Assim, como passamos a levar um estilo de vida sedentário e acreditamos que o especialista sabe mais sobre nós do que nós mesmos, também a gestação e o parto passaram a ser assuntos médicos a serem “resolvidos” no hospital. Os futuros pais, por sua vez, também não sabem onde procurar respaldo, pois seus pais se sentem desautorizados a transmitir sua experiência e tendem a reproduzir informações pseudo-científicas.
        O grupo de gestantes oferece um espaço onde a troca de informações científicas aliadas ao respeito pela experiência única de cada mãe, bem como a preparação física propriamente dita, podem ser aproveitados. Nesse encontro, as futuras mães podem discutir sobre as questões pessoais que, até então, faziam-nas sentirem-se verdadeiras ilhas isoladas. Muitas vezes, a gestante nem sabe o que perguntar a seu médico, não tem consciência sobre seu corpo (que os livros não são capazes de dar) e não têm um espaço para falar de como se sentem em relação à gestação.
        No grupo de gestantes, os pais são convidados a participar na medida de suas possibilidades e desejos, e podem mesmo se tornar acompanhantes qualificados de parto (DOULA). Os resultados são espantosos. A experiência de das à luz fica enriquecida pela consciência que as mães passam a ter e, como fruto disso, temos a prevenção de dificuldades no cuidado com o bebê, amamentação, formação de vínculo e saúde física e psíquica. Hoje em dia, principalmente no Brasil, onde a taxa de cesáreas é reconhecidamente abusiva (em torno de 80%), fica difícil que uma mãe sem preparo tenha chances de reivindicar outro tipo de parto. O medo diante da situação hospitalar associado a doenças, à falta de conhecimentos da parturiente sobre seu corpo, à falta de conhecimentos das pessoas que lidam com a parturiente sobre as peculiaridades psíquicas da situação de parto, às intervenções invasivas, impede que o parto siga seu curso normal. A frustração é de todas as partes, inclusive de muitos médicos que sinceramente gostariam de diminuir esta incidência, mas não sabem como faze-lo, pois a prática obstétrica, na formação destes profissionais, afastou-se do parto natural, dando ênfase ao aspecto cirúrgico. Enfim, a resposta é sim, precisamos, mais do que nunca, de preparação para o parto em três aspectos: físico, emocional e informativo.

E...complementando o texto da Vera, eu escrevi um artigo, já faz um tempinho, que também fala a respeito do tema. Lá vai...

Preparando-se para ser mãe

A gravidez, muito embora seja um fenômeno natural e "corriqueiro", ainda hoje é vivenciada cheia de dúvidas e tabus. Mesmo que programada e desejada, quando confirmada, gera sempre muita insegurança, medo e ansiedade. Esses sentimentos tendem a aumentar pela falta de informação e conscientização por parte do casal envolvido, ocasionando muitas vezes gestações problemáticas, e tendo como conseqüência partos difíceis, cheios de intervenções médico-cirúrgicas, cesarianas desnecessárias, enfim, uma experiência de parto traumática.
O primeiro passo a ser tomado quando se tem por objetivo um bebê, é ter a certeza de que ambos (homem e mulher) gozem de perfeita saúde, física e mental (segundo a Organização Mundial de Saúde, é nesse momento que todos os pré-natais deveriam ser iniciados, ainda a nível de planejamento). Essa é a base para o sucesso. Ansiedades, cobranças, obsessões: JAMAIS!!!!!!
A partir do momento em que uma mulher se vê grávida, além de todas as mudanças físicas pelas quais ela irá passar, haverá uma carga muito grande de alterações psicológicas, sociais e espirituais como inversão social, aumento de responsabilidades, medo do desconhecido, temor ao parto, e muitos outros medos, emoções e sensações que possam surgir no decorrer da gestação.
Diferente do que muitas pessoas pensam, a finalidade dos cursos de preparação para o parto, não é simplesmente a de ensinar a trocar fraldas, ou cuidar do coto umbilical. Isso, qualquer pessoa, independente de sexo, ou nível cultural, pode ensinar sem problemas, pois não requer grandes conhecimentos.
Seu principal objetivo é preparar o casal grávido, física e emocionalmente para vivenciar e participar ativamente de todo o processo que envolve a maternidade. Essa conscientização é feita por uma equipe multiprofissional, atentando aos aspectos físicos da gravidez, amenizando as ansiedades naturais do processo, fornecendo respostas às questões que os assombram, como sexualidade, alimentação, exercícios físicos, álcool, fumo, medicamentos, peso, doenças, exames, preparo para a amamentação, enxoval, parto, pós-parto, dores, a escolha do hospital, os direitos da mulher durante todo o pré-natal e parto, desmistificar mitos e tabus, entre outras, conduzindo a uma experiência gestacional e de parto bem positiva, ocasionando uma queda significativa na depressão puerperal e  sucesso na amamentação.
  Esses cursos de orientação são fornecidos muitas vezes por hospitais, clínicas,  entidades relacionadas ao assunto, ou por Doulas (acompanhantes de parto) com habilitação para tal,  sendo que estas dão continuidade ao trabalho através de apoio físico e emocional à gestante, ou orientando o pai ou acompanhante de como fazê-lo, durante o decorrer do trabalho de parto e parto, estendendo-se ao pós-parto até a formação do vínculo materno-infantil com o estabelecimento da amamentação.
O casal bem informado irá vivenciar esse momento de suas vidas sem medos e tensões, participando mais ativamente desse processo magnífico e sagrado que se chama GESTAÇÃO.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Me apresentando

Muito prazer,  Denise, mais conhecida como Deny Bueno, psicóloga, com especialização em sexualidade, doula, educadora perinatal, e consultora em amamentação, trabalhando com  gestantes e casais na região de Americana desde 2001.
Sou casada com o Danilo, e tenho 2 filhos, o Enrico, que se forma em Ciências Sociais esse ano pela UNICAMP, e a Giuliana que mora atualmente em Santos e estuda Administração na UNISANTOS.
Amo o meu trabalho, e o faço realmente por prazer. Doula pioneira e voluntária no Hospital Municipal Dr. Valdemar Tebaldi. Colaboradora no Curso de gestantes do Hospital São Francisco e futuramente no grupo da SAMAM. Integrante da Rede Parto do Princípio. Coordeno o grupo de gestantes na Socorristas Cristãs, juntamente com outra psicóloga. Coordeno também o Grupo MadreSer, junto com a Renata (fisiodoula).  O MadreSer é um grupo destinado a gestantes, casais, profissionais e interessados nos temas "gestação, parto, amamentação e maternidade". Nos reunimos semanalmente na Sala Cultural Villa Flora em Sumaré para a troca de experiências, esclarecimento de dúvidas, e para aprendermos um pouco mais com diversos profissionais envolvidos com a causa da humanização. Hum..o que mais posso dizer de mim...adoro navegar na internet, e ajudar dentro do possível futuras mamães a esclarecer suas dúvidas e desmistificar alguns tabus relacionados à gestação.
Na área da sexualidade, me identifico com os adolescentes, e gosto de orientá-los na prevenção de DSTs e gravidez precoce.
Sou uma pessoa alegre, e tranquila...dificilmente alguma coisa me tira do sério.
Bom, me meti a fazer esse blog e agora quero ver como vou me virar. Não entendo muito disso, mas acho que com o tempo eu me acostumo. Vamos ver no que vai dar..hahah! Acho que por hj é só...