quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Humanizar é preciso

Hoje em dia muito se fala em humanização, porém ninguém sabe ao certo, qual a intensidade, a profundidade e a influência desse termo no atendimento a gestante.
Humanizar é muito mais que fazer um parto na penumbra, e depois colocar o bebê sobre o ventre da mãe. É muito mais que disponibilizar leitos em um hospital superlotado, para uma gestante em trabalho de parto e que necessita de uma internação de emergência. Vai além do atendimento individualizado e do alojamento conjunto. Supera o direito a seis consultas durante o pré-natal. O processo de humanização ultrapassa o limite da manobra física.
O termo “Humanizar”, de acordo com o dicionário Aurélio, entre algumas outras definições não relevantes para o momento, significa: “dar condição humana à”, e é a esse objetivo, essa condição, que as correntes em prol da humanização do parto e nascimento pretendem chegar, e num espaço bem curto de tempo.
Ao contrário do que muitos pensam, o processo de humanização, é um processo simples, não requer altos investimentos financeiros, e nem mudanças radicais no ambiente físico do nascimento. Requer apenas o bom uso da consciência com uma certa dose de bom senso. Resgatar a eficiência do primitivo com a qualidade e segurança do avanço científico. Voltar a ver o parto como um momento social, familiar e não médico-cirúrgico. Ver a gestante prestes a parir como uma mulher forte e saudável e  não como uma mulher enferma.
A mulher, principal peça no cenário do nascimento, é um animal racional, ou seja, um ser vivo dotado de físico e psique (mente). Corpo e mente trabalham simultânea e ininterruptamente. Sendo assim, humanizar o parto, é criar condições para que todas as dimensões do ser humano sejam prontamente atendidas e respeitadas: espirituais, psíquicas, biológicas, culturais e sociais. É dar às mulheres um atendimento personalizado, focado em suas necessidades, e não em crenças e mitos.
Vale lembrar, que o nascimento não é um mecanismo de “produção” de crianças. É um processo de criação. E para isso, é preciso que se respeite a individualidade e natureza de cada mulher. Se respeite a fisiologia de cada parto.
 As intervenções cirúrgicas foram criadas para corrigir patologias, e não aperfeiçoar a fisiologia.
Nós, mulheres, precisamos ter plena consciência disso, para começarmos a exigir nossos direitos com relação ao atendimento no momento do parto, tornando-nos assim, mais seguras, participativas e confiantes nesse tão sublime momento, que é o nascimento de um filho..

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