Há algum tempo atrás, dizia-se que o desenvolvimento emocional do ser humano iniciava-se no momento de seu nascimento. Com o passar do tempo, e depois de muitas pesquisas tanto na área tecnológica como psicanalítica, foi concluído que o desenvolvimento do psiquismo humano tem início ainda no ambiente intra-uterino. Esse fato pode ser claramente comprovado observando-se a alternância de intensidade nos movimentos fetais, e nos batimentos cardíacos do bebê através da ultra-sonografia e da ecografia, de acordo com as alterações emocionais da própria mãe.
Sendo assim, é de extrema importância para o seu desenvolvimento emocional, que o bebê se sinta querido, amado, desejado e participante da nova família.
No ventre materno, o bebê tem acesso a determinados sons, que com o passar da gestação, tornam-se familiares a ele, tais como: os batimentos cardíacos da mãe, os sons da digestão, gases, a voz da mãe, pai e pessoas do convívio familiar, e alguns outros sons externos que mesmo um pouco abafados, continuam audíveis pelo feto.
No caso de alguma alteração no estado emocional da mãe, esses sons se modificam, e há a produção alterada de hormônios e substâncias químicas, que ao penetrar na corrente sanguínea, ultrapassam a barreira placentária chegando ao feto fazendo com que o ambiente até então tranqüilo e confortável torna-se sombrio e ameaçador. Nesse momento, a mãe pode perceber claramente a mudança no comportamento do feto. Muitas vezes torna-se agitado demais como se estivesse tentando se defender, ou pára bruscamente os seus movimentos caindo em sono profundo como num mecanismo de fuga.
Até o final do primeiro trimestre de gestação, o feto não sabe identificar ao certo alguns estados emocionais da mãe por imaturidade neurológica, porém os reconhece como sensações agradáveis ou não. Com o passar do tempo, e o amadurecimento do sistema nervoso, passa a identificar melhor essas emoções e reações provenientes do matroambiente.
As emoções sentidas pela mãe são integralmente sentidas pelo bebê, causando muitas vezes um grande sofrimento e desconforto por parte do feto.
Nesse momento é importantíssima a qualidade do vínculo afetivo firmado entre mãe e bebê, pois no caso de haver qualquer alteração emocional o bebê enviará uma resposta de desconforto, que prontamente será percebida pela mãe, e esta, tentará aliviar essa tensão no bebê, conversando com ele, fazendo um carinho no ventre, de modo que o ambiente intra-uterino volte a apresentar o conforto necessário para que o bebê se sinta amparado e protegido.
A participação do pai e irmãos nessa busca pela tranqüilidade intra-uterina também é importante, pois além de o bebê se sentir desejado, amado e membro da família, facilita o reconhecimento paterno precoce e consequentemente a formação do vínculo familiar no bebê logo após o nascimento. Portanto, o pai e irmãos devem acariciar o ventre da mãe e conversar com o bebê o máximo que puderem.
Um bebê gerado em ambiente tranqüilo, cercado de carinho e amor, no futuro se transforma em um ser humano mais seguro e confiante em si mesmo.
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